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segunda-feira, 14 de janeiro de 2019

Best you ever

Era estranho e surpreendente. A violência dos beijos que me assaltavam sem piedade enquanto seus dedos e unhas criavam um tortuoso percurso em direção à minha intimidade suplicante. 
Mas eu não estava em desvantagem. Montada em seu corpo, esfregando-me desavergonhadamente contra sua boca, meus seios esmagando os dela dentro do movimento síncrono de nossos corpos quentes. 
Seus cabelos escorrendo em meus dedos enquanto minha umidade manchava seus dedos dentro do entra-e-sai lento e constante em mim.

Adianta negar o fogo que ardia quando eu a via? Melhor sempre deixar queimar e depois avaliar os estragos para depois recomeçar a vida. Ela não perdoava, não me deixava ir embora desse jogo porque conhecia a verdade dentro do meu coração.   Ela conhecia o caminho para chegar em meu núcleo vencendo uma por uma todas as barreiras do muro de heras não simétrico dos meus sentimentos. Eu teria sentimentos por ela? Talvez alguma coisa perdida na dualidade ódio-tesão. Não amor, nunca; amor não existe! Eu fodia gostoso - me fodia por ela, com ela, dentro dela, no seu beijo doce-agressivo, nas mordidas, na fúria do seu sexo cavalgando o meu até explodirmos em espasmos maiores que o sol. Nos matávamos toda vez nesse desespero extasiante para renascer na rotina diária que nos afastava cada vez mais. Não se engane, isso não é um romance, ela e eu nos odiamos e dentro do ódio consumado aprendemos, ambas, que uma boa dor sempre pode ser aproveitada, e assim nos aproveitávamos num gozo sem fim.

Ao som de Stranger, Goldfrapp.

terça-feira, 16 de outubro de 2018

Eleições 2018

Aprendemos na porrada. O sangramento não é opcional. Pinga. Dói respirar. E ultimamente, dói viver. Após uma bordoada eu chego em casa e direto me entrego para o vinho. Vai atenuar a dor, é o que vejo escrito no rótulo depois de meia garrafa. Eu bebo para esquecer, para amenizar, para suavizar a dor e um medo crescente dentro de mim.
Ultimamente passei a ter medo. E o medo é tipo um bife que a manicure tira do dedo e que não chega a doer, mas incomoda por algum tempo. E quando cura logo chega a hora de fazer as unhas e a gente torce pra manicure ser mais cuidadosa. Só que o medo de agora é pior. É algo que não passa; é um coração descompassado às 14h; é um engasgo com copo de água às 16h, uma garrafa de vinho às 21h e um comprimido antes de dormir às 23h.
Eu ando mal.
Eu não ando, eu perambulo.
Tenho perambulado só para cuidar da minha gata que está idosa e dodói. Ela é meu amor e minha responsabilidade. Estamos nós duas ferradas num mundo que só tende a nos engolir pela idade, pela falta de calor – engolidas pela dor.
A vontade de ir embora aumenta a cada dia. Largar tudo, eu penso, nem que seja para ficar no purgatório. Mais uma taça de vinho. Mais uma respirada funda, um olhar perdido pela janela, um carinho na minha gata. Mais uma noite com medo.
Como são trises meus dias desde que você partiu. Então eu descubro como a vida é depois de você. Que merda! Merda um dia sim e dia depois também.
O mestrado consome meu cérebro e nem consigo pensar em sexo. Penso em estatística e em sistemas de inferência, a porra da probabilidade total e quero que se exploda a Teoria de Bayes. Não quero calcular pesos em redes neurais, quero só dormir em paz [insiro aqui todo o respeito aos meus professores de inteligência artificial].
Tenho aquela velha dor de estomago e de cabeça, tudo se fundindo numa coisa só alinhada à insônia e a leve vontade de mandar tudo mundo pra puta-que-pariu-me-deixa-em-paz-vão-se-fuder, por favor. Sou moça educada, pelo menos na maior parte do tempo. Quando chego em casa eu só quero dormir, mas mesmo o ato de adormecer ter sido minha melhor qualidade em 34 anos, agora até isso me foi tirado e fico na cama remoendo o dia, o passado e apavorada com um futuro. Nunca pensei que eleições fossem me tirar o sono. Não vou me deter ao assunto porque está tudo aí mastigado pra vocês.


Pausa solene para o sacrossanto xixi.

quarta-feira, 20 de junho de 2018

Blank_space

A dor de uma separação que estava previamente concluída não doi tanto quanto a traição da lealdade. 
E por todos esses anos eu pensando que o problema era eu que havia engordado ou amplificado a personalidade em alguns sentidos, ou até mesmo a mudança para Curitiba. Mas não, ela nunca foi minha. Acredito que um dia tivemos alguma coisa, que durante uns pares de anos eu tive sua atenção e carinho, mas agora eu sei que nunca tive o realmente importante: o amor. Esse foi de duas outras outras antes de mim. 

Agora ela está feliz com outra, fazendo tudo o que comigo não fazia. Curtindo o que ao meu lado parecida não gostar. Não quero seu mal, e entendo meus erros ao longo do relacionamento, mas precisava a consumação do término ter sido uma rasteira tão grande? Eu descobri pelas palavras dela para as outras que eu sempre fui insignificante, e como essa humilhação doeu - ainda doi. Não sou hipócrita para deixar de admitir que a cada post feliz dela é uma granada explodindo no meu peito. Deixei de seguir em todas as redes. Até o momento, eu não havia percebido o quanto as mídias sociais são capazes de decretar a vitória ou derrota dentro de mim. A vontade de sumir de tudo, mas a implicação dessa ação hoje esbarra no aspecto profissional também, infelizmente. Então, eu só deixei de segui-la para não espumar de raiva. 

Então eu só deixei de lado o modo Poliana-moça.
Então eu só deixei de lado a minha fé nas pessoas.
Então eu só deixei de lado a minha fé em mim. 

Mesmo terminada eu colocaria a mão no fogo por ela, porque ela sempre foi merecedora de tudo, apesar dos acontecimentos da vida... Hoje eu sei que confiar de novo em alguém pode não acontecer mais, ou levar todo o meu tempo. No momento, eu tento ser só uma carcaça, só mais uma pessoa vagando por aí cumprido determinações, prazos, deveres e obrigações, mas sem vontade alguma de continuar. 

Virei uma pessoa vazia. Quem sabe assim meu corpo também emagrece. Decepção também mata, mas geralmente escrevem suicídio na certidão de óbito. 


segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015

Interstellar

Interstellar (2014), direção de Christopher Nolan

Semana passada assisti ao filme Interstellar e não foi surpresa ter adorado, considerando que meu gosto por sci-fi é antigo. Porém, o que mais chamou minha atenção foram os diálogos, que embora tratassem de aspectos científicos na maior parte do tempo, o grande tema tratado era a crença no amor, uma crença que nos leva a ter esperança na vida. Reproduzo abaixo um diálogo entre a Dra. Brand e Cooper:

"O amor não é algo que inventamos. É perceptível, poderoso, precisa significar algo. [...] talvez signifique algo mais que ainda não podemos compreender. Talvez seja alguma evidência ou artefato de dimensão superior que não notamos conscientemente. Amor é a única coisa capaz de transcender as dimensões de tempo e espaço. Talvez devêssemos confiar nisso, ainda que não compreendamos." 

E eu acredito que sim, é verdade. Só o amor sendo tão poderoso é capaz de nos fazer amar até quem odiamos, os que estão longe, e continuar a sentir falta daqueles que já se foram dessa vida... Como não crer que o amor é sempre o caminho?

sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Horóscopo para Libra

Horóscopo para Libra no estadão:

Há assuntos que precisam ser conversados, sua alma está disposta, mas não há garantia de que as pessoas envolvidas tenham a mesma disposição. Isso vai complicar, porque o avanço depende de as conversas acontecerem.

Nunca foi tão preciso.

domingo, 16 de setembro de 2012

Droga de domingo enfadonho que não termina. Sinto como se as paredes do apartamento fossem me esmagar. Preciso de muita força nestes dias difíceis. Já estou no inferno astral?


segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Botão gay

Ainda pouco estava conversando com um aluno aqui no setor de biologia sobre bibliofilia e como ele estava tão cabisbaixo perguntei o que tinha acontecido, mesmo não tendo muito intimidade com ele. O coitado foi pressionado pelo pais ou a largar o namorado ou a sair de casa. Putz, o que falar numa situação como essa? Eu não tinha o que dizer, então fiz a única coisa que achei que fosse confortá-lo: dei um abraço. Ele, rapaz bem mais alto que eu me engoliu no abraço e ficou um bom tempo tantando conter suas lágrimas. Fiquei com um nó na garganta enquanto ele chorava e quis chorar também. Mesmo após todos esses anos ainda não sou capaz de entender porque os pais fazem isso com seus filhos. Eu não passei por esse tipo de situação, mas passaria caso não tivesse coragem para sair de casa e carão para encarar a vida.

É bizarro ouvir esse tipo de situação e não saber o que dizer, como ajudar. Sou até capaz de entender a "pressão social" que sentem os pais desse rapaz, o medo, a vergonha, a "culpa", mas nada justifica ameaçar o próprio filho. Impor esse tipo de escolha é como se nós, gays, tivessemos um botão sexual de liga-desliga e que nossa vida fosse pautada somente sob a condição sexual. Ora, a sexualidade é um componente em nossa vida, assim como os órgãos vitais, o caráter, as atitudes, e não é somente o que nos define. E ainda que fosse isso, qual o problema? Por que os outros se importam tanto como que acontece na vida sexual dos outros? E não vou dizer entre quatro paredes porque acredito fielmente que também tenho direito de fazer carinho e andar de mãos dadas com o meu amor, independente de quem seja, pois independente de tudo é amor, é carinho, são bons sentimentos, ainda que seja só um mero ficante.

Segundo este rapaz, a mãe dele citou as escrituras, religião, Deus e a punição e isso me fez lembrar da minha mãe, pois ela falou tudo isso e mais além. Disse que homem havia sido feito para a mulher e vice-versa e que assim eu destruiria a familía e tudo e tal. Mas veja, a família, sobretudo, é um núcleo de amor, de carinho, de bem-querer, de perdão e amizade; e deveria acolher aos seus, perdoar, ajudar e não discriminar e maltratar, neste caso. E aposto com você que esse ato de maltratar e pressionar nem é um sentimento próprio dos pais desse rapaz, tenho certeza que é medo dos de fora, os conhecimentos, amigos, do que podem falar por aí, algo do tipo "Ui fulana, você não sabe que Beltrano, filho Cicrano, é bicha, viado, gay blá-blá-blá-bla". As pessoas morrem de medo do que os OUTROS vão falar e não refletem de fato sobre qual é o seu medo próprio. Em outras palavras: o que muda na minha vida se meu filho gosta de rapazes? Qual a diferença? O que isso importa? É porque nada importa, é porque nada muda. Na maior parte das vezes o filho(a) sempre foi gay, então sempre foi do mesmo jeito, o que significa que ele nunca mudou, sempre foi assim. O fato é que a família gosta de se enganar, de achar que "ai não, isso nunca acontecerá com meu filho porque ele foi criado nos princípios tais, tais e tais".

Mas e agora, o que esse rapaz vai fazer da vida? Meu conselho seria não terminar o namoro, mas a gente não sabe como a barra pesa diferente para cada um. No meu caso, anos atrás, eu disse aos meus pais que eu sempre fora assim e não mudaria, mas que preferia não mentir para eles sobre com quem eu estava, onde estava, fazendo o que. Mentir é feito, é terrível, é fazer os outros de idiota, mas tem gente que gosta, como os pais desse carinha.

Depois de uns quase 10 minutos ele ficou mais calmo e secou as lágrimas. Eu não dei conselho nenhum, porque de nada adiantaria. Ele ficou parado equilibrando a mochila nos ombros. Um rapaz lindo, estudioso, simpático, com um futuro maravilhoso pela frente agora sofrendo numa terrível decisão. Eu ofereci um copo de água na biblioteca mas negou e disse que precisava ir caminhar e pensar na vida. Eu disse para aparecer quando quisesse, afinal, bibliotecas são ótimos consultórios para terapia rs. Com outro abraço ele se foi e eu voltei para a biblioteca, ainda com nó na garganta e vontade de chorar por ele. Mas fazer o que, se a vida nem sempre é fácil; sofrer nem sempre é uma opção...

Quando eu tinha uns 13 anos, mesmo já sabendo muito bem a fruta que eu gostava, pedi para conversar com minha prima Renata sobre algumas dúvidas. Como ela era super ocupada marcamos um dia e conversamos no quarto dela. E de supetão fui contanto tudo, mas a minha intenção era tão somente poder desabafar com alguém, não precisar mentir para todos sabe, e como ela minha prima e amiga achei que poderia confiar nela... Desnecessário dizer que implorei para que ela não contasse à ninguém. Ela me ouviu com paciência, disse que esse tipo de sentimento era normal na minha idade mas qua passaria. Logo de arrependi de ter contado. Fato é que um dia depois minha avó e tia começaram a encher o saco [eu morava com minha avó naquela época] e logo depois a minha mãe ficou sabendo e sofri tudo o que nunca imaginei na minha vida. Mas entende, eu confiava nela. E confiança com relação a um assunto tão sério deveria merecer o mínimo de respeito e integridade, deveria ser algo que transpasasse conceitos como religião, fofoca, descaso, ainda mais com um membro da família... Enfim, doeu muito naquela época e às vezes, quando ainda vejo acontecer esse tipo de insanidade, também dói, ainda mais com a família, que deveria ser o ponto de apoio para tudo. 

O que eu tiro desse acontecimento, se isso é possível, é a constatação de que a sociedade ainda é rude, grossa, ignorante; e que a facada maior vem sempre da família, isso independente de se família rica, pobre, com berço ou sem berço. E não adianta muita coisa, já que os que amamos vão ser sempre os que mais nos machucam. Espero que esse garoto saiba se cuidar e que fique bem.


quarta-feira, 1 de agosto de 2012

Férias chegou, acabou e nada fiz muito além do que dormir. Não li os livros que planejei, não viajei para onde queria, minha mãe não pode vir para cá e passei as duas primeiras semanas totalmente ligada no trabalho (devido a greve e outras cositas más).E para variar foi um mês terrivelmente frio para meu padrão carioca de ser. 

Esta última semana está se esvaindo rápido e eu queria ao menos ter assistido a sequencia todinha do Harry Potter. So bad. By the way, consegui reassistir vários filminhos antigos muito confortavelmente instalada em minha cama com a presença ilustríssima de minha gatinha Maria DeeDee, já que a amora estava acampada na mesa de desenho e nas reuniões intermináveis. 

Para efeitos de balanço geral das férias, serviu ao menos para não pegar aquela friaca curitibana e passar um tempinho maior com o amorzinho... Definitivamente, julho não é um bom mês para férias, ainda mais com greve no serviço público e possível suspensão/corte de salários. O fato é que segunda-feira estarei de volta ao meu amado trabalho. A propósito, eu trabalho no que eu amo, e por isso aguento certas coisas, no entanto a fada madrinha poderia atender ao meu pedido e colocar um trem bala entre CUritiba e Floripa porque isso faria de mim uma pessoa suuuper realizada e feliz no casamento.

*****

Estou vi-ci-a-da em Lana Del Rey. Por isso, vou terminar o post com um videozinho dela, super vintage old-Hollywood: Summertime Sadness.






terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Raivinha

Eu amo muito demais o meu trabalho. Sério mesmo. Sou apaixonada pelo que faço. Só o que ODEIO são as pessoas sem noção, que se fazem de loucas desentendidas e que acreditam que conseguem passar os outros para trás e continuar na boa vida...


Até sei que blá-blá-blá é sempre melhor se calar e engolir o sapo, mas eu juro que dessa vez não calo não. Recuso-me a fazer parte da hipocrisia. E tenho o dito.

segunda-feira, 6 de junho de 2011

Freezing

Está tão frio em Curitiba que não é exagero algum eu dizer que não sinto certas partes do meu corpo, como pés e mãos, por exemplo. E ficar reclamando o tempo todo desse frio horrendo não configuraria mimimi, mas sim um direito personalíssimo a manifestação de repúdio contra algo tão agressivo à minha pele carioca...



domingo, 6 de março de 2011

Horóscopo do dia para Libra, segundo UOL:

Você tem fãs, gente que torce por seu sucesso, seja ele na passarela do samba, ou no gabinete de pesquisas. Mas o eu tem de ser dito, precisa ser esclarecido! Nada de engolir desaforos ou magoas. Seja objetivo e direto - você tem direito de ser respeitado.


Exatamente, mas só não consigo o respeito de quem realmente importa. E isso deixa-me frustrada e com uma angústia difícil de domar. E tudo porque eu sempre estou metendo os pés pelas mãos e dando uma de idiota pra quem eu tenho certeza que vai reunir uma rodinha de amigos para rir do meu papel de boba. Tenho vontade de pegar o telefone para ligar e dizer bem assim: "olha aqui criatura, sabe aquele amor sincero que eu nutria por você? VOU MATÁ-LO. Então, vá procurar outro (a) para sangrar junto as suas dores. E faça o favor de sumir da minha vida, do meu coração e do gosto do meu martini." Mas é claro que eu não falaria nada disso. No máximo enviaria um email dizendo que estou repleta de saudades e serei sempre sua escrava fiel. Idiota idiota idiota.

O grande problema, caro Horóscopo do dia, é que está foda até para respirar, então como posso eu ser assim tão ativa e manter esse meu carão de relações públicas? Enquanto minha vida profissional anda maravilhosa, a pessoal está um caos. Até a Maria DeeDee, minha gata, está estressada e com dificuldade de relacionamento interpessoal. Sendo assim, forças celestiais e cósmicas, eu vos peço um pouco de ajuda nas previsões, começando por colocar Saturno mais pertinho de mim e aliviar minhas relações com arianas e cancerianas. Amém.

#nowplaying Isobel, da Dido.

sábado, 5 de março de 2011

Run!

Porque a Shirley Manson fez essa música para mim. E também porque nunca estive com tanta vontade de fugir.


Love can be so strange
Don't it amaze you?
Every time you give yourself away
It comes back to haunt you
Love's an elusive charm and it can be painful
To understand this crazy world
But you're not gonna crack
No, you're never gonna crack

Run, my baby, run, my baby, run
Run from the noise of the street and the loaded gun
Too late for solutions to solve in the setting sun
So run, my baby, run, my baby, run

Life can be so cruel
Don't it astound you?
When nothing seems too certain or safe
Let it burn through you
You can keep it pure on the inside
And you know what you believe to be right
So you're not gonna crack
No, you're never gonna crack

Run, my baby, run, my baby, run
Run from the noise of the street and the loaded gun
Too late for solutions to solve in the setting sun
So run, my baby, run, my baby, run

Find out who you are before you regret it
'Cause life is so short
There's no time to waste it

Run, my baby, run, my baby, run
Run from the noise of the street and the loaded gun
Too late for solutions to solve in the setting sun
So run, my baby, run, my baby, run

Run, my baby, run, my baby, run
Go!
Run, my baby, run, my baby, run
Go!
Run, my baby, run, my baby, run
Go!
Run, my baby, run, my baby, run
Go!


domingo, 27 de fevereiro de 2011

[no title]

E esse era o espaço que eu poderia utilizar para exorcizar meus medos, discutir minhas dúvidas, explanar dores caras ao meu coração. Mas só nesse final de semana eu bebi diversos vinhos diferentes, todos com notas dispersantes das uvas mais requintadas. E eu liguei para o meu pai, cheia de uma falsa coragem que me fez tremer dos pés à cabeça. Ele disse que estava bem e desligou o telefone. Cachorro. E eu, mais uma vez, a idiota. Sim, caríssimos, a idiota por confessar sentimentos tão íntimos que eu aposto que você não conta nem ao seu travesseiro.


Eu cansei de ser covarde e de não dizer às pessoas o que sinto por elas, o que me move a falar e conviver com elas todos os dias. E já que eu não sou tão feliz quanto acho que poderia/deveria, porque não fazer o bem aos outros. E eu não sei se a manifestação do meu amor e do meu carinho fará alguém melhor, mas eu tento. Ao menos eu gostaria de receber um afeto sincero, um carinho cujo único interesse fosse me deixar mais feliz, sem cobranças.


E após três finais de semana consecutivos em Curitiba, eu já me sinto curitiboca. Uma curitiboca tão feliz quanto todos os outros que se furtam de abraços e carinhos sinceros e preferem o rigososo inverno para transmitir seu afeito em cafés fervilhantes em intermináveis tarde de conversas, onde, como diria o Caio F, fala-se tudo menos o essencial, o verdadeiro.



Mas o que você não sabe é que eu bebi a semana inteira, cada dia uma bebida diferente, e cada dia uma dose a mais do que deveria. Exceto na quinta-feira, que tive reunião de trabalho e depois chopp com as amigas [amei tudo]. Então, todos os outros dias foram de excesso. E por mais que você não acredite, não fiquei bêbada um dia, ou melhor, noite sequer. Mais parecia que tomava água mineral de tão consciente, racional, sóbria. E daí eu me pergunto o porquê do efeito marejante e pacificador do álcool não estar mais fazendo efeito. Vai ver que já estou batizada.... bem, sei lá. Mas o que eu percebi disso tudo é que não adianta para onde eu corra, álcool, academia, enfiar a cara no trabalho, escrever até altas horas... tudo me leva a pensar no meu pai, na Alice, na minha mãe, na distância idiota que me separa da minha namorada, dos meus amigos mais fiéis [fiéis ainda tem acento?]. Eu ainda não encontrei uma pedra para me segurar que me livre da dor de pensar nessas pessoas e de sentir tanto a falta delas. E meu juízo me avisa que eu nem deveria estar escrevendo isso e me expondo tanto, mas droga, eu preciso desabafar e sei que não adianta contar isso pra ninguém, porque minhas dores consistem em coisas tão abstratas que ninguém merece ouvir, ou ao menos ouvir sóbrio...


Arctic Monkeys tocando alto dentro de casa e eu nem ouço direito. Onde estão meus óculos? Dor de barriga chata o dia todo nem me deixou sair de casa para tomar um café com as amigas ou ir correr. Queijo gouda, cerveja, espumante no gargalo, chocolate branco e esperar pelo Oscar mais tarde. Meu Deus, quando foi que eu me perdi novamente?

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Um ano de erros e acertos, sobretudo um ano de perdas. Imensas perdas. E eu acho que meio que perdi meu prumo, pois não estou conseguindo ir muito além. Sei lá o que é. Só sei que estou muito cansada, pra caramba velho. Estou praticamente me arrastando por aí, e tudo que eu tenho que fazer, todas as obrigações, eu só faço porque não tem jeito mesmo, porque não tem quem faça por mim, e também porque eu ficaria com o mal do peso-na-consciência caso deixasse de cumprir alguma coisa. Mas assim, tá muito difícil sair da cama todos os dias. Eu só penso em dormir, dormir, dormir. E sei bem que dormir não vai resolver meus problemas. Assim, eu até queria terminar esse post, mas não tenho nem dedos pra digitar. Volto um dia, quanto estiver mais calma e com a cabeça no lugar.

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Lakmé

A verdade sobre a minha vida é que nela não há verdade alguma. Há espaços largos, colunas retas e frias, sem ornamento, sem mácula. Sou uma tábua lisa que às vezes, só às vezes, é capaz de se encher e vibrar com sentimentos que não duram o suficiente para serem validados e processados como parte das minhas sensações humanas. Com isso, eu quero dizer que me sinto falsa, que me sinto incompleta e pequena diante da complexidade de outras pessoas em volta.

Eu nunca conheci alguém que se sabotasse tanto quanto eu, mesmo quando são sinceras minhas intenções para ganhar, para mudar, para persistir em algo que ‘parece’ ser para meu bem. Eu realmente não sei o que quis dizer com isso. Talvez eu só esteja sendo malvada comigo mesmo. E tola, claro. Muito tola.

E eu escrevo a meu respeito na tentativa de entender a aberração na qual me tornei. Quem sabe se o simples atrito dos dedos e unhas no teclado faça escapar uma palavra-chave que deponha cruamente o que há em mim e que seja diferente dessa droga de buraco vazio.

Lakmé, de Delibes, começou a tocar alto no meu quarto, e a voz potente de Maria Callas tira toda a minha pouca concentração. E daí que lá vem a abstração novamente. E daí que essa música me lembra da Catherine Deneuve no filme The Hunger, e que sim, eu seria sua escrava imortal se pudesse partilhar das noites em sua cama e seus braços.

Mas veja só, já me perdi na minha cabeça mesmo antes de chegar a escrever tudo que rondava meu cérebro e que eu cuidava para não perder entre outros pensamentos intrusos. E agora eu já não sei voltar ao que dizia antes. Lembrar da Catherine Deneuve me fez lembrar do filme 8 Mulheres – que me fez lembrar que tenho que importar uns artigos da Gallica amanhã para um pesquisador da botânica. E se você fosse um acadêmico chato, iria dizer que essa minha confusão é o exemplo perfeito de que o pensamento é associativo e tudo e tal. Mas eu lhe digo que é tão somente a porra da falta de concentração, de foco, ou de escopo, se você realmente for um acadêmico suuuper chato.

Realmente, não sei mesmo se escrever ajuda, porque eu fico tentando encontrar uma metodologia de pesquisa que sirva para colocar em prática a droga maior ainda que é minha vida.

Mas acho que por hoje deu, acabou. Acho que vou colocar Lakmé no repeat, apagar as luzes e ficar com a fantasia de Catherine Deneuve representando Mirim Blaylock. É bem mais gostoso do que ficar procurando defeito em algo que pode estar certo.

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Aff

"Meu pai me ensinou várias coisas mais, inclusive a intuir as que eu não conhecia. A intuição, ensinava, é a primeira forma de conhecimento. Hoje bendigo e amaldiçôo o ensinamento. Às vezes é bom não saber, pai, e eu nunca mais consegui viver sem saber".

MOSCOVICH, Cíntia. Duas iguais. Rio de Janeiro: Record, 2004. 253 p.


*****

Acho que já fui uma pessoa mais sincera, mais leve. Hoje eu só pondero; pondero ações, palavras, pensamentos e até sentimentos. A ponderação é uma boa defesa, impede que a gente se atire de cara em tudo que faz, seja no trabalho, nos relacionamentos, em tudo. No entanto, eu acho que era mais feliz mesmo quando algo saia errado. Essa história de não poder errar faz minha vida ficar aquarelada sabe, sem brilho, só um leve vestígio de algo que já existiu.

*****

Hoje fiquei bem amuada com uma frase da Alice no hotmail. Ela me disse que eu estava decepcionando-a, que estava sumida [...], disse que depois eu não reclamasse... E eu entendo, ela está certa. Deixei de procurar por ela e por meus amigos. Porém, não é porque eu não me importe, ou porque os tenha esquecido, mas sim porque desde que cheguei em Curitiba, ainda não consegui organizar meu tempo, meus horários. Quando chega o final de semana e vou para Floripa, eu não consigo pensar em outra coisa que não seja ficar na cama bem sossegadinha, quietinha. E nem isso dá, porque tem a loucura da reforma, problemas com minha mãe e outras questões importantes para tratar com a Namô. Todas essas coisas são prioridades e eu não sei qual delas resolver primeiro. Eu queria que meu final de semana fosse de 5 dias e assim eu pudesse ter tempo para tudo. Mas enfim, a Alice está certa porque falta de tempo não é motivo. Sou culpada mesmo, e não tenho argumento para defesa. Eu pedi desculpas sinceras, e espero que ela [e o Dudu e oLucas] entendam. De qualquer forma, esse assunto me deixou triste ao longo do dia.

*****

Uma coisinha: eu sonhei com a Nay essa noite. Mas não era nada demais, a gente falava de turismo. Dái pensei em enviar um email pra ela mas desisti na última hora. Ela nunca responde a nada, e eu, sinceramente, já me dei conta de que não adianta insistir. Ainda sim, ela vai ser sempre uma pessoa fofa, que eu nunca vou conseguir compreender, mas que também nunca vou deixar de gostar.

*****

Claro que esse meu humor maravilhoso pode estar relacionado a falta de Coca-Cola na corrente sanguínea. Em verdade, a falta de várias coisinhas deliciosas das quais abri mão nas últimas semanas: Coca-Cola, refrigerantes em geral, birita, muito açúcar, lanchinhos-porcaria, Cheetos, McDonald's, chocolate, batata frita. É como viver só de alface, entende?!

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Separação

Eu não achei que a separação dos meus pais fosse doer tanto. Pensei que com o tempo eu conseguiria me acostumar com isso, pois é tão comum filhos com pais separados. Mas sabe, é agoniante ouvir minha mãe chorando por ter sido abandonada e não poder fazer nada, a não ser oferecer um consolo vago no qual nem eu acredito. É terrível ler seus longos emails repletos de dor e saudade do meu pai. É apavorante imaginar o medo que ela sente de ficar só. Ela está com 50 anos, tem medo do futuro. Eu ajudo o máximo que eu posso, mas eu também estou com muito medo do futuro. Medo de que ela fique uma mulher amarga, triste para sempre. Sabe aquelas mulheres mazeladas de rosto sofrido que a gente vê pelas ruas e se pergunta o que aconteceu com elas? Então, temo que a minha mãe fique igual.

Mas sabe, a mistura de saudade-ódio-amor do meu pai está latejando forte. Ele poderia ter se separado da mãe, mas não me deixado órfã. Eu não fiz nada pra ele me tratar assim! Não entendo porque ele bate o telefone na minha cara, não entendo porque não me quer mais. Sempre achei que ele me amasse acima de qualquer coisa. Ele é meu pai, droga. Nasci dele, vivi do amor dele. Não entendo porque também não me quer mais.

Agora a noite precisei falar com ele, e a piranha atendeu o telefone dizendo assim: "aqui é a esposa dele". Esposa... piranha, vadia, vagabunda, pistoleira, filha de uma puta. Tenho certeza que é ela que não deixa ele falar comigo ou com meu irmão.

Eu não deveria escrever nada disso aqui, afinal o blog é público, qualquer um pode ler... mas é que eu não tenho com quem desabafar. Não tenho. Escrever ajuda-me a parar de chorar. E muito embora alguém possa achar que é um texto piegas, eu digo que não é. É só a minha dor, descrita na minha gramática torta. Enfim, a minha namo me ajudou e aguentou as pontas comigo até um certo ponto. Não é justo ter que faze-la ouvir mais e mais e mais. Ela quase me deixou por conta dessa história toda. Só que teu tenho tanta dor aqui dentro de mim... Eu juro que estou tentando ser forte e não pensar no assunto o tempo todo. Porém, quando eu acho que consegui resolver tudo, logo em seguida chega um caminhão de problemas e lá tenho eu que ligar para o meu pai e brigar com ele. Depois que eu descarrego a raiva através do telefone, não sobra nada dentro de mim. Nada. E eu te juro cara, se pudesse, eu dormiria e não acordava mais. A vida é boa sim, eu gosto de viver, mas quando a dor é pesada demais, como é que a gente faz para aguentar as pontas?

domingo, 18 de julho de 2010

Blá-blá-blá

Obviamente que 1 semana de férias não foi o suficiente para fazer tudo o que eu queria. Mas claro que foi bom, não serei ingrata.


Esses dias foram de paz e de desligamento. Dei uma pausa na montanha russa da minha vida para me abandonar dentro de casa, deliciando-me em pequenas coisas, como ficar parada na poltrona, olhando a minha gata correr pela casa toda para depois, cansada, vir pedir, com cabeçadinhas na minha perna, para dormir no meu colo. Fiquei uma tarde inteira bebericando vinho branco e pensando somente em mim. Egoísmo total? Sim, porque quase nunca nos damos atenção. A gente pensa em tudo, até em quem não gosta da gente, mas quase nunca nos permitimos um dia de cura, uma pausa para organizar os pensamentos, ou até mesmo um dia todo para não fazer nada. Não é ócio criativo, é ócio-ócio mesmo, ou pensar na morte da bezerra como diria minha avó.


Eu bebi a semana inteira. Duas ou três tacinhas de vinho branco todos os dias, mas eu não entendo nada de vinhos. E sinceramente, não dou a mínima para quem entende. Meus vinhos, eu seleciono pelo gosto: se é docinho e não enjoativo, beleza, pode colocar que eu tomo. Amargo, já Elvis, meu bem. Não compreendo a diferença entre as uvas e nem me esforço para decorar seus muitos nomes. Geralmente, num restaurante, eu logo peço "branco e doce", o resto é com o senhor garçom. E é assim com todas as bebidas e com as pessoas. Bem, com as pessoas nem é tão simples assim. Tem tanta gente que eu deveria detestar e que no entanto eu adoro. Tem tanta gente que eu deveria adorar e detesto. Contradições sim, eu sou a rainha delas. Mas quem disse que a alma deve ser linear?


Essa semana eu não pensei em meu pai e na vagabunda com quem ele escolheu viver, detonando a vida da minha mãe. Mas eu não quero falar sobre ele. Ainda dói.


Amanhã cedinho eu volto para Curitiba e já sinto saudades de casa, das minhas coisas e principalmente da minha namorada, já que pouquíssimo ficamos juntas nesses dias. Partir é sempre chato. Odeio o frio de Curitiboca, odeio aquele cinza broxante e aquela eficiência paranaense. Na verdade, tenho saudades do babado carioca.

quinta-feira, 27 de maio de 2010

I'm sick

1.Eu sou tão medíocre que até merecia ganhar um prêmio por isso.


2. A propósito, eu não sei se acho que essa minha vida com raízes é interessante. Eu queria ter a opção de largar tudo e ir correndo sem olhar para trás. Recomeçar, sabe?


3. Mas eu sou mal-agradecida. Reconheço. É pecado querer sempre mais da vida? Não me refiro a dinheiro, porém a emoções. Ainda me falta uma coisa, uma pontinha que algo que me faça completa de verdade.


4. E agora esse resfriado terrível. Vontade de atochar lencinhos de papel no buraco do nariz e aproveitar para explodir junto.


5. Não, as coisas não andam bem. EU preciso de mais tempo, eu preciso dar mais tempo [para certas pessoas], preciso sumir dentro tempo.


6. E agora eu sinto muita saudade de casa e das pessoas. Vou arrancar meu coração.

segunda-feira, 5 de abril de 2010

E chove em Curitiba

Bem, surpreendente seria se estivesse céu azul brigadeiro. But, é final de segunda-feira, as pessoas caminham rápido, com a cabeça ligeramente baixa, a expressão contraída pelo medo do hálito gelado e hirto do outono curitibano. Eu gosto de observar essas as pessoas e tento adivinhar-lhes os pensamentos tentando assim esquecer dos meus agora tão confusos. Mais alguns passos e entro no torpe prédio em que resido no momento. Estranhos sons, pessoas, odores, paredes. No aguardo do elevador eu olho fixamente para a ponta dos meus pés, anotando no meu checklist mental que preciso comprar botas para o outono/inverno e achar outro apartamento mais rápido possível. Um estranho para ao meu lado e resmunga um boa noite vazio enquanto atropela minha entrada no elevador. Eu penso duas vezes se subo com ele ou espero o próximo, mas o medo de uma cara antipática é mais forte e entro no elevador, apertando o botão do meu andar quase com tristeza, pois eu queria ir para MINHA CASA, em Floripa e não para este semi-apartamento infame. Ai tô cansada. Quero colo.

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Charge para ilustrar meu dia:


O voo

N os conhecíamos há anos, mas a sinapse do desejo nasceu naquele encontro incidental num voo de volta para o Rio. Era fato que eu não ditava...