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segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Botão gay

Ainda pouco estava conversando com um aluno aqui no setor de biologia sobre bibliofilia e como ele estava tão cabisbaixo perguntei o que tinha acontecido, mesmo não tendo muito intimidade com ele. O coitado foi pressionado pelo pais ou a largar o namorado ou a sair de casa. Putz, o que falar numa situação como essa? Eu não tinha o que dizer, então fiz a única coisa que achei que fosse confortá-lo: dei um abraço. Ele, rapaz bem mais alto que eu me engoliu no abraço e ficou um bom tempo tantando conter suas lágrimas. Fiquei com um nó na garganta enquanto ele chorava e quis chorar também. Mesmo após todos esses anos ainda não sou capaz de entender porque os pais fazem isso com seus filhos. Eu não passei por esse tipo de situação, mas passaria caso não tivesse coragem para sair de casa e carão para encarar a vida.

É bizarro ouvir esse tipo de situação e não saber o que dizer, como ajudar. Sou até capaz de entender a "pressão social" que sentem os pais desse rapaz, o medo, a vergonha, a "culpa", mas nada justifica ameaçar o próprio filho. Impor esse tipo de escolha é como se nós, gays, tivessemos um botão sexual de liga-desliga e que nossa vida fosse pautada somente sob a condição sexual. Ora, a sexualidade é um componente em nossa vida, assim como os órgãos vitais, o caráter, as atitudes, e não é somente o que nos define. E ainda que fosse isso, qual o problema? Por que os outros se importam tanto como que acontece na vida sexual dos outros? E não vou dizer entre quatro paredes porque acredito fielmente que também tenho direito de fazer carinho e andar de mãos dadas com o meu amor, independente de quem seja, pois independente de tudo é amor, é carinho, são bons sentimentos, ainda que seja só um mero ficante.

Segundo este rapaz, a mãe dele citou as escrituras, religião, Deus e a punição e isso me fez lembrar da minha mãe, pois ela falou tudo isso e mais além. Disse que homem havia sido feito para a mulher e vice-versa e que assim eu destruiria a familía e tudo e tal. Mas veja, a família, sobretudo, é um núcleo de amor, de carinho, de bem-querer, de perdão e amizade; e deveria acolher aos seus, perdoar, ajudar e não discriminar e maltratar, neste caso. E aposto com você que esse ato de maltratar e pressionar nem é um sentimento próprio dos pais desse rapaz, tenho certeza que é medo dos de fora, os conhecimentos, amigos, do que podem falar por aí, algo do tipo "Ui fulana, você não sabe que Beltrano, filho Cicrano, é bicha, viado, gay blá-blá-blá-bla". As pessoas morrem de medo do que os OUTROS vão falar e não refletem de fato sobre qual é o seu medo próprio. Em outras palavras: o que muda na minha vida se meu filho gosta de rapazes? Qual a diferença? O que isso importa? É porque nada importa, é porque nada muda. Na maior parte das vezes o filho(a) sempre foi gay, então sempre foi do mesmo jeito, o que significa que ele nunca mudou, sempre foi assim. O fato é que a família gosta de se enganar, de achar que "ai não, isso nunca acontecerá com meu filho porque ele foi criado nos princípios tais, tais e tais".

Mas e agora, o que esse rapaz vai fazer da vida? Meu conselho seria não terminar o namoro, mas a gente não sabe como a barra pesa diferente para cada um. No meu caso, anos atrás, eu disse aos meus pais que eu sempre fora assim e não mudaria, mas que preferia não mentir para eles sobre com quem eu estava, onde estava, fazendo o que. Mentir é feito, é terrível, é fazer os outros de idiota, mas tem gente que gosta, como os pais desse carinha.

Depois de uns quase 10 minutos ele ficou mais calmo e secou as lágrimas. Eu não dei conselho nenhum, porque de nada adiantaria. Ele ficou parado equilibrando a mochila nos ombros. Um rapaz lindo, estudioso, simpático, com um futuro maravilhoso pela frente agora sofrendo numa terrível decisão. Eu ofereci um copo de água na biblioteca mas negou e disse que precisava ir caminhar e pensar na vida. Eu disse para aparecer quando quisesse, afinal, bibliotecas são ótimos consultórios para terapia rs. Com outro abraço ele se foi e eu voltei para a biblioteca, ainda com nó na garganta e vontade de chorar por ele. Mas fazer o que, se a vida nem sempre é fácil; sofrer nem sempre é uma opção...

Quando eu tinha uns 13 anos, mesmo já sabendo muito bem a fruta que eu gostava, pedi para conversar com minha prima Renata sobre algumas dúvidas. Como ela era super ocupada marcamos um dia e conversamos no quarto dela. E de supetão fui contanto tudo, mas a minha intenção era tão somente poder desabafar com alguém, não precisar mentir para todos sabe, e como ela minha prima e amiga achei que poderia confiar nela... Desnecessário dizer que implorei para que ela não contasse à ninguém. Ela me ouviu com paciência, disse que esse tipo de sentimento era normal na minha idade mas qua passaria. Logo de arrependi de ter contado. Fato é que um dia depois minha avó e tia começaram a encher o saco [eu morava com minha avó naquela época] e logo depois a minha mãe ficou sabendo e sofri tudo o que nunca imaginei na minha vida. Mas entende, eu confiava nela. E confiança com relação a um assunto tão sério deveria merecer o mínimo de respeito e integridade, deveria ser algo que transpasasse conceitos como religião, fofoca, descaso, ainda mais com um membro da família... Enfim, doeu muito naquela época e às vezes, quando ainda vejo acontecer esse tipo de insanidade, também dói, ainda mais com a família, que deveria ser o ponto de apoio para tudo. 

O que eu tiro desse acontecimento, se isso é possível, é a constatação de que a sociedade ainda é rude, grossa, ignorante; e que a facada maior vem sempre da família, isso independente de se família rica, pobre, com berço ou sem berço. E não adianta muita coisa, já que os que amamos vão ser sempre os que mais nos machucam. Espero que esse garoto saiba se cuidar e que fique bem.


domingo, 6 de dezembro de 2009

Leitura para as férias

Então, na terça-feira eu apresento meu tcc... É a última tarefa para chegar ao final. Final de 4 anos de dor e de alegria também. Mas eu não queria falar disso hoje, até porque estou travada e nem consegui terminar de montar minha apresentação. Então, vou falar das minhas novas aquisições literárias hueuhehuehue


Para compor minha prateleira de livros gays comprei pelo site da edirora Malagueta os seguintes livros: Livraria da Esquina, da Naomi Conte; Shangrilá, da Marina Porteclis; Mesa 27, da Adriana Nicolodi; e, Victória Alada, da Lara Lunna. A intenção era ler durante as férias na casa da sogrinha, no RS, porém eu não resisti. Juro que tentei ignorar a presença desses 'seres' na minha casa, mas foi impossível! Os livros agitavam suas mãozinhas para mim, implorando que meus dedinhos lindos, macios e perfumados os levassem para um passeio... Daí que agora estou lendo Livraria da Esquina e Shangrilá, no entanto, só vou escrever sobre eles após terminar a leitura, o que não vai demorar muito hehehe.


Agora segue uma 'fotinho', como diz Mamy, da parte lésbica da minha estante de leitura(só parte de cima) hehehe




Ai gente, só uma coisinha antes de ir. Então, é sobre a dificuldade de encontrar literatura lésbica e gay (ai não gosto dessa palavra, pois parece nome de remédio, mas tám néam) nas livrarias de Floripa. Para ter noção, só a livraria Saraiva do Iguatemi tem livro gay e, mesmo assim, são 2 ou 3. Quanto aos lésbicos, somente 1 - Duas iguais, da Cíntia Moscovich, que por sinal nunca está lá quando eu vou para comprar. Aff.


Bem, agora vou tentar voltar ao tcc.
Beijosbrilhantes com meu gloss chique.

sábado, 5 de dezembro de 2009

Ximbication

Ai o Ximbication hueuheuheuhe



Terminei o tcc. aff

****

Ai² comprei o livro da Naomi Conte. Queria autógrafo rs rs rs
Ai³ estou confusa demais hoje, então como nada do que eu escrever vai fazer sentido, eu volto amanhã com meus babados.




domingo, 4 de outubro de 2009

Sapatinha, sapatona, sapatão

Well, quando eu resolvi assimir a "sapatice" muita gente virou a cara pra mim, principalmente aquelas que eu achava que nunca seriam capazes desse tipo de coisa, mas tudo bem. Não perdi 1 minuto sequer lamentando. Várias pessoinhas chegavam pra mim e diziam algo assim: "ah Karol, que pena, você sempre foi uma menina tão educada, certinha, estudiosa...". Acontece que eu sempre fui sapatinha, já nasci assim, então não iria deixar de ser nada do que era. A única mudança seria que eu não precisaria mais ser a rainha da mentira e nem teria que esconder certas escapolidas depois do colégio.


Enfim, quando cheguei a Floripa eu já era um pouquinho mais descolada, mas mesmo assim foi difícil. Floripa tem uma cultura, um habitus (Bourdieu aí hehehe) super diferente de Petrópolis e do Rio, então eu tinha um medinho de não ser bem aceita na faculdade. Bem, eu faço um curso onde a maioria da turma é composta por mulheres, então quando vazou que eu apreciava "gurias" logo esperei alguma reação (mesmo sabendo que Floripa estava bombando no Brasil como uma das grandes capitais gays). Mas pra minha surpresa (boa, claro) isso não aconteceu, pelo menos não senti e nem nunca percebi, pelo contrário, sinto-me super respeitada. Não sou a única gay na minha turma e por sinal conheci dois dos meus 3 melhores amigos nessa turma e dois deles são do bafo também (a outra amiga é hétero descoladíssima), então posso arriscar a dizer que nunca tive problemas na minha turma com a minha preferência/opção/orientação sexual.


Pena que não posso dizer a mesma coisa em relação ao meu local de trabalho. A todo momento ouço piadinhas enfadonhas sobre viado, sapatão e outros apelidinhos. Eu adoro a minha Chefinha, porém ela nem consegue pronunciar a palavra "homossexual" ou "gay" ou "lésbica". Ela faz um gestinho com a mão, dobrando o punho e deixando a mão frouxa para indicar que fulano é gay. Isso me dá nos nervos sabe, fico maluca no salto, mas mesmo assim fico calada. Ela é uma pessoa tão limitada que não enxerga que tem uma sapa trabalhando ao lado dela todos os dias. De qualquer forma, não é somente ela que reage assim, já vi muita gente lá mesmo fazendo pior. E olha que é um lugar onde todo mundo é politicamente correto e tudo e tal. Falsidade a parte, não vejo a hora de poder respirar e olhar uma mulherzinha requebrando num salto 15 sem ter medo de ser fuzilada. Ao contrário da faculdade, no meu trabalho eu não me sinto nem um pouco a vontade para abrir minha vida; eu falo o mínimo possível, mesmo às outras pessoas eu gosto, de modo eu sofro um pouco quando as ouço comentar que alguém é "sapatão". Não é pela palavra sabe, mesmo porque eu até a pronuncio com frequencia mas, neste caso, é a forma como ela é empregada por essas pessoas que me encomoda. Elas utilizam "sapatão" como referência a uma doença, como um mal a ser expurgado. E isso aí doi em mim certas horas...


Bem, mas eu disse tudo isso para mostrar um video que eu no blog Fanshas! e que achei interessante. O video é uma reportagem, feita aqui em Floripa, e a reporter pergunta aos transeuntes como eles reagiriam ao saber que o filho deles é HETEROSSEXUAL. Para grande espanto, as pessoas não sabem a diferença entre heterossexual e homossexual. Porém isso é só um detalhe, pois o que o video quer mostrar mesmo é que as pessoas são, na maioria, preconceituosas sim.





Então, como eu dizia antes, minha turma toda da facul sabe que sou sapa, mas outros colegas e alguns professores não sabem de nada (eu acho, néam); algumas pessoas devem ter descoberto por conta deste blog, mas isso não me encomoda não, até porque eu não quero passar a vida me escondendo e escondendo que eu tenho uma namorada linda, cheirosa, educada, perfeita, inteligente, chique, maravilhosa e que meu namoro/casamento é uma delícia e tão melhor do que tantos outros casamentos que eu vejo por aí. Ai, esses dias quase contei pra minha profe. orientadora que sou sapinha, mas desisti na última hora. Ela parece ser uma pessoa tão super, mas sei lá, tem horas que eu tenho medo. Affe.

A propósito, claro que hoje eu percebo uma abertura muito maior em relação aos homo e bi, o que não acontece com os transsexuais. E isso me leva a outra questão: como você reagiria se seu filho(a) se assumisse como travesti? O que você faria? Ah sim, eu também me pergunto o que eu faria, porque sou humana e trago comigo uma herança maldita de preconceitos.
Mas eu estou a mudar isso sim... Ah, e não me venha responder com base na Bíblia porque senão eu como o seus rins com ovos mexidos no café da manhã. humpf.

Beijo beijo, amados.





segunda-feira, 23 de março de 2009

I love Tequilaaaaa


A pose


As palavras mágicas: "que os nossos sejam nossos..."


Shooting
O calor
A comemoração


Protagonistas: Eu, Dud, Luki e Lolô. Adoro.


sexta-feira, 6 de março de 2009

Biblioteca gay

Alguns dias sem post, mas o calor é tamanho que nem consigo pensar. Ainda mais agora que o ar condicionado aqui da Biblioteca quebrou. O único lado bom é que eu posso deixar as cortinas e janelas abertas e apreciar a vista da Beira Mar Norte hehehe


A exemplo da Florida (EUA), a prefeitura da cidade de Barcelona (ESP) vai construir uma biblioteca especializada em assuntos LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transsexuais) até 2010, afinal estes públicos também possuem necessidades informacionais que acabam não sendo supridas por bibliotecas públicas e universitárias. A proposta é interessante porque vai reunir acervo em vários suportes sobre a temática gay e com certeza certeza será uma unidade de informação de referência para estudos sobre a sexualidade em geral.

Coincidência ou não, esse tema foi discutido ligeiramente na disciplina de Gestão de Estoques Informacionais sobre a questão dos tabus e censura no processo de seleção de materiais para unidades de informação. Questões sobre sexualidade, homossexualidade não são apontados e muito menos discutidos nos livros didáticos no Brasil, é como se isso não existisse de fato. Daí que qualquer criança já nasce falando que fulaninha 'sapatão' ou que o coleguinha 'bicha' sem saber na realidade o que isso representa, o que é e porque é.

Enfim, acredito que essa iniciativa deveria ser adotada também no Brasil. A matéria completa está no site do Mix Brasil.

O voo

N os conhecíamos há anos, mas a sinapse do desejo nasceu naquele encontro incidental num voo de volta para o Rio. Era fato que eu não ditava...