domingo, 18 de julho de 2010

Blá-blá-blá

Obviamente que 1 semana de férias não foi o suficiente para fazer tudo o que eu queria. Mas claro que foi bom, não serei ingrata.


Esses dias foram de paz e de desligamento. Dei uma pausa na montanha russa da minha vida para me abandonar dentro de casa, deliciando-me em pequenas coisas, como ficar parada na poltrona, olhando a minha gata correr pela casa toda para depois, cansada, vir pedir, com cabeçadinhas na minha perna, para dormir no meu colo. Fiquei uma tarde inteira bebericando vinho branco e pensando somente em mim. Egoísmo total? Sim, porque quase nunca nos damos atenção. A gente pensa em tudo, até em quem não gosta da gente, mas quase nunca nos permitimos um dia de cura, uma pausa para organizar os pensamentos, ou até mesmo um dia todo para não fazer nada. Não é ócio criativo, é ócio-ócio mesmo, ou pensar na morte da bezerra como diria minha avó.


Eu bebi a semana inteira. Duas ou três tacinhas de vinho branco todos os dias, mas eu não entendo nada de vinhos. E sinceramente, não dou a mínima para quem entende. Meus vinhos, eu seleciono pelo gosto: se é docinho e não enjoativo, beleza, pode colocar que eu tomo. Amargo, já Elvis, meu bem. Não compreendo a diferença entre as uvas e nem me esforço para decorar seus muitos nomes. Geralmente, num restaurante, eu logo peço "branco e doce", o resto é com o senhor garçom. E é assim com todas as bebidas e com as pessoas. Bem, com as pessoas nem é tão simples assim. Tem tanta gente que eu deveria detestar e que no entanto eu adoro. Tem tanta gente que eu deveria adorar e detesto. Contradições sim, eu sou a rainha delas. Mas quem disse que a alma deve ser linear?


Essa semana eu não pensei em meu pai e na vagabunda com quem ele escolheu viver, detonando a vida da minha mãe. Mas eu não quero falar sobre ele. Ainda dói.


Amanhã cedinho eu volto para Curitiba e já sinto saudades de casa, das minhas coisas e principalmente da minha namorada, já que pouquíssimo ficamos juntas nesses dias. Partir é sempre chato. Odeio o frio de Curitiboca, odeio aquele cinza broxante e aquela eficiência paranaense. Na verdade, tenho saudades do babado carioca.

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O voo

N os conhecíamos há anos, mas a sinapse do desejo nasceu naquele encontro incidental num voo de volta para o Rio. Era fato que eu não ditava...