segunda-feira, 14 de janeiro de 2019

Best you ever

Era estranho e surpreendente. A violência dos beijos que me assaltavam sem piedade enquanto seus dedos e unhas criavam um tortuoso percurso em direção à minha intimidade suplicante. 
Mas eu não estava em desvantagem. Montada em seu corpo, esfregando-me desavergonhadamente contra sua boca, meus seios esmagando os dela dentro do movimento síncrono de nossos corpos quentes. 
Seus cabelos escorrendo em meus dedos enquanto minha umidade manchava seus dedos dentro do entra-e-sai lento e constante em mim.

Adianta negar o fogo que ardia quando eu a via? Melhor sempre deixar queimar e depois avaliar os estragos para depois recomeçar a vida. Ela não perdoava, não me deixava ir embora desse jogo porque conhecia a verdade dentro do meu coração.   Ela conhecia o caminho para chegar em meu núcleo vencendo uma por uma todas as barreiras do muro de heras não simétrico dos meus sentimentos. Eu teria sentimentos por ela? Talvez alguma coisa perdida na dualidade ódio-tesão. Não amor, nunca; amor não existe! Eu fodia gostoso - me fodia por ela, com ela, dentro dela, no seu beijo doce-agressivo, nas mordidas, na fúria do seu sexo cavalgando o meu até explodirmos em espasmos maiores que o sol. Nos matávamos toda vez nesse desespero extasiante para renascer na rotina diária que nos afastava cada vez mais. Não se engane, isso não é um romance, ela e eu nos odiamos e dentro do ódio consumado aprendemos, ambas, que uma boa dor sempre pode ser aproveitada, e assim nos aproveitávamos num gozo sem fim.

Ao som de Stranger, Goldfrapp.

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