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quinta-feira, 17 de julho de 2008

Era uma vez

Era uma vez uma linda menina feita de pedaços de céu azul. Sua pele como um leite, seu sorriso contagiante como uma manhã de primavera. Era inteligente, esperta, sagaz e delicada.

Ela não gostava muito de falar sobre a sua vida. Mas tinha um diário escondido dentro de uma falsa capa de Bíblia. Para esse diário-amigo ela contava toda sua vida, sua rotina.
Ela tinha muitos meninos aos seus pés, e meninas também. Ela sabia muito bem do poder que exercia sobre cada pobre alma que cruzasse seu caminho. Todos condenados hahahaha

Pois bem, ela tinha um namorado. Brigou, bateu, fez correr. Depois um segundo namorado. O tempo passa, ela se cansa dele e olha o vizinho do lado. Cara bonito, sorriso largo e a paixão acontece, mas ela não o pode ter por inteiro porque ele é um fraco e ela não quer correr mais riscos, então se conforma...


(continua amanhã porque estou a dormir sobre o teclado)

domingo, 6 de julho de 2008

Do olhar

Dentre os milhões de sinais que o corpo feminino transmite, nada é mais perigoso que o olhar.
E é por isso que, às vezes, olhar para o lado pode ser algo extremamente mortal! Ainda mais quando a dona do olhar tem a malícia do demo no corpo e você já está perdida mesmo.
Ai ai...

quarta-feira, 7 de maio de 2008

Tomorrow

Eu quero, eu peço e ela me diz "not today, today, today, today".


Daí eu digo como eu me sinto. E de novo ela me afasta "I don't know what to say [...] tomorrow is a different day".


E então, quando enfim vejo-me vencida e dou as costas para ir embora ela sopra cantalorando "Maybe tomorrow..."



Avril Lavigne - Tomorrow

segunda-feira, 28 de abril de 2008

Mudar ou não mudar?

Cada novo dia é uma chance que Deus me concede pra remissão dos pecados. No planejamento de minhas atividades diárias vou incluindo pitadas de generosidade, bondade, paciência todas essas virtudes que conheço por nome e que quase nunca pratico. Só que daí vejo um demônio com olhos bem grandes e todo meu esforço vai por água abaixo.

...

Melhor mesmo não tentar modificar nada em mim.
É como diz a Clarice L :"Não pense que a pessoa tem tanta força assim a ponto de levar qualquer espécie de vida e continuar a mesma. Até cortar os defeitos pode ser perigoso - nunca se sabe qual o defeito que sustenta nosso edifício inteiro[...]".

terça-feira, 8 de abril de 2008

Fim de romance


Juntei meu nome ao dela na última folha do meu caderno azul cheio de flores brancas. Coisa ridícula. Daí parei pra pensar [dããã] e percebi que realmente não fazia sentido algum os chocolatinhos, minha cara vermelha envergonhada e certas postagens. Pois bem, no final de semana eu esfreguei água sanitária Globo na minha alma.

Compreendi que muito livro, muita música, muito filme, muito cinema francês e altas doses de punk rock, Velvet Revolver, Velvet Underground, Garbage, Cazuza, Bebel e Maisa realmente fodem com a gente [como diria Caio F. e the Queen of Apologies].

Eu queria um romance. Agora quero o beijo mais louco, a mão safada no meu decote, o sexo fodástico que eu vou poder contar pra todas as minhas amigas derreterem de inveja. Não quero culpa, quero diversão. Não quero aquele carinho que nutri antes; quero aquelas unhas me rasgando, a boca dela mordendo a minha e depois de rir junto com ela de tudo isso.

quinta-feira, 3 de abril de 2008

Duas notícias e uma dúvida

A Boa: descobri que Martha Medeiros é minha amiga 'íntima';

A Ruim: agora são os outros olhos de vampiro que velam por seu sono na madrugada.

O que, de qualquer forma, não me impede de continuar sorvendo as linhas, as curvas, as descidas e subidas do colo, o arquear dos olhos, a forma de arrumar o cabelo, o sorriso canalha e doce que me devasta.

Ou será melhor abafar esse caso? O.o




domingo, 16 de março de 2008

The fire scape


O tráfego nas escadas de incêndio da biblioteca anda uma loucura...
Muito cuidado quem passar por lá! Há sérios riscos de sofrer um ataque de jovens aspirantes bibliotecárias ou até mesmo de estudantes enfurecidas(os) por não encontrarem os livros na estante.

sábado, 16 de fevereiro de 2008

Madrugada

Fiquei olhando a rua lá fora pensando no seu cabelo, na sua boca, na sua pele clara, nos seus olhos, no cheiro que teu corpo deve ter e tive vontade de sair no meio da rua, debaixo daquela chuva e te ligar. Eu sei que está acordada. Sei, pois teu corpo não te deixa dormir, e ele não sossega, não é mesmo? O meu também não, e ele procura por você.
Fosse outra madrugada eu enchia a cara de vinho barato e voltava pra cama. Mas hoje não. Hoje quero ouvir tua voz. Hoje eu quero estar consciente e sentir a madrugada me invadir. Vou enfiar meu dedo em mim até sentir meu corpo explodir. Com Bach tocando alto vou me perder entre tuas pernas e saborear teus sabores. Essa noite vou te trazer pra mim e espantar a tua tristeza. E a madrugada voyeur de sempre vai se sentar na primeira fila, vai apertar suas pernas cruzadas e gozar calada. Desta vez seremos nós a atração principal, desta vez serão nossos gemidos a perturbar. E nessa noite sem sono a madrugada virá lamber nossos dedos melados...

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

Não entendo



É da Clarice Lispector. Li enquanto guardava uma pequena pilha de livros na biblioteca.


Isso é tão vasto que ultrapassa qualquer entender. Entender é sempre limitado. Mas não entender pode não ter fronteiras. Sinto que sou muito mais completa quando não entendo. Não entender, do modo como falo, é um dom. Não entender, mas não como um simples de espírito. O bom é ser inteligente e não entender. É uma benção estranha, como ter loucura sem ser doida. É um desinteresse manso, é uma doçura de burrice. Só que de vez em quando vem a inquietação: quero entender um pouco. Não demais: mas pelo menos entender que não entendo.
_____ _____
Dear...

domingo, 10 de fevereiro de 2008

Nesse corpo vadio


Nesse corpo vadio

Mora alguém que quando você vai embora

Sente tão só

Nesse corpo vadio

Chora um anjo louco

E nessas horas de frio

Fecho os olhos molho o travesseiro

E começo a sonhar

Nessas horas de frio

Amor eu quero mais

Que o paraíso

Me diga que eu te excito

E eu morro por você

Sussurre em meus ouvidos

O que você quer

Tudo o que eu tenho além de mim

Mora alguém que quando você vai embora

Sente tão só

Nesse corpo vadio

Chora um anjo louco

E nessas horas de frio

Fecho os olhos, choro

Fecho os olhos, choro

E esse corpo vadio

Tão igual aos outros

Um entre tantos

Me diga que eu te excito

E eu morro por você

Sussurre em meus ouvidos

O que você quer

Tudo o que eu tenho além de mim.

Nau. Corpo vadio. São Paulo: CBS, 1987.

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2008

Chama vermelha dos olhos azuis

Parte da noite de terça.

Campainha tocou. Levantei do sofá e fui atender. A encomenda: qualquer sabor de pizza sem azeitona. Bebida? Ah sim, vinho branco, daqueles baratos, comprados no posto.
- Pediu sem azeitonas, não é? Ela perguntou já erguendo a sobrancelha esquerda.
- Claaaro, dear.
Coloquei tudo por cima de mesinha de centro da sala e voltei a recostar-me no sofá. Ela continuava sentada do outro lado, sorvendo o vinho em pequenas doses, pensando sabe lá o que. Eu temia falar ou até mesmo respirar alto para não interromper sua cadeia de pensamentos com alguma observação idiota. A todo momento eu temia perder as migalhas de atenção que ganhava pouco a pouco. Não tinha interesse, just talk...
Seu olhar estava concentrado na estante de cd's atrás de mim. Vários títulos, canções do passado. Ninguém compra cd's hoje, e às vezes, bem rapidamente, penso que estou ficando velha por ainda os manter intáctos na estante. No entanto, gosto de olhar para eles, e dedico-me a limpeza sistemática de cada um, meus pequenos companheiros das horas mortas.
Bem, depois de cinco garrafas secas ela foi embora. Falamos sobre tudo aquela noite, mas sabe quando o "muito" é o mesmo que "nada"? Então... fomos incapazes de pronunciar algo de verdadeiro, de conversar sobre o que a gente sentia; de falar sobre as dores e as pequenas alegrias. Resultado da noite: um grande silêncio. [by the way, a Torá diz que o silêncio alimenta a evolução interior. Será?]
Antes de trancar a porta fiquei olhando ela chamar o elevador. Os cabelos negros caidos
pelo rosto escondiam qualquer sinal. O elevador chegou ao andar e ela abriu a porta. Entrou. Parou. Voltou-se de frente. Antes de fechar a porta queimou-me com a chama vermelha do olhar azul e eu soube então que não a veria nunca mais.

terça-feira, 5 de fevereiro de 2008

Ao som de Chico

Final de noite. Nenhum barulho em minha casa, além da voz triste de Chico Buarque que se repete infinitas vezes no aparelho. Nem meus passos no chão ecoam pelo apartamento. Tudo é mudo, penumbra.
Sigo a andar pelo quarto olhando pela janela, para ver se a vejo chegar. Porém, sei que é impossível dadas as muitas montanhas em nosso caminho. Prossigo em meus delírios noturnos; preciso tê-la pra mim, e não em apenas uma noite, mas durante todos os meus dias.
Conheço, só de imaginar, a maciez de sua pele; conheço a dança lenta dos nossos corpos juntos; conheço o gosto e a intensidade de sua língua quente procurando a minha. No entanto, tudo isso é apenas sonho, ilusão. É apaixonado como eu quero que seja quando for real, quando eu a tiver de frente para mim, ao alcance de minhas mãos, de meus beijos e afagos.
Corro para a porta, sei que ela está chegando. Abro logo, e sem hesitar a recebo com o mais doce e sincero beijo. Deixo que ela invada com seus olhos meu corpo nu, provocando dentro de mim um maremoto de sentimentos, aumentando a vontade de dominá-la e fazê-la minha.
Lentamente a puxo para dentro de mim, prendendo-a em meus braços de modo que ela não fuja de meus olhos, de minhas mãos, de meus beijos e mordidas. Para que não fuja do meu toque, do prazer que quero lhe dar e ter ao seu lado.
Livro-a de suas roupas e a tenho inteira, naquele instante que transformei em infinito. Devoro sua boca com meus beijos mais profundos, para que ela me sinta por inteiro. Beijo seu rosto, desço pelo pescoço, buscando a nuca, as costas... Voltando para seu colo perfumado, seus seios doces delicados acariciados pela ponta da minha língua... minha boca sugando-os ávida..... Tudo dentro de mim se agitando, buscando mais. Eu mordo seus músculos, pernas, coxas, braços, vou conhecendo detalhes da sua anatomia delicada.
Deito-a em minha cama, nossa cama; contemplo-a antes de tomá-la por inteiro de carícias, de beijos de amor. Sinto o tremor do corpo por baixo do meu que implora para ser tomado. Seguro os pulsos e dou vazão ao desejo, não há lugar do seu corpo que não seja meu domínio, que não possa tocar. As unhas cravam minha pele quando lhe toco mais fundo, sentindo seu sexo intumescido e molhado, vibrando de desejo, que procuro saciar e fazer aumentar, assim como o meu que reclama por suas carícias. Toco e afasto, provoco... Tenho em minha boca o seu gosto, seu segredo mais íntimo... a flor selvagem que beijo, mordo de leve e abandono para que me peça mais...De volta aos seus beijos, olhando sempre em seus olhos estou dentro de você e te sinto doce, entregue, apenas minha... E assim te possuo, sou possuída. Me mostro e te descubro, nos embriagamos com doce lascívia e sem pudores faço-a minha mulher, e passo a ser tua, e então, todas as preocupações desaparecem perante todas as promessas não dita de que ficarás aqui.
Foi o começo e o fim. Tudo porque as pessoas são forjadas no medo.

terça-feira, 20 de fevereiro de 2007

Terça-feira de Carnaval

...O corpo frágil implora não ser tocado, mas as gélidas gotas de orvalho que umedecem a noite escura o tocam tão delicadamente que ela agora já aceita a comunhão com o prazer.
O ambiente aquecido penetra em sua caverna tão ofegante que provoca em sua matéria um estado de permeabilidade passiva.
As lentes embaçadas impedem minha visão e o êxtase bloqueia o tímpano. A gravidade se torna menos tensa no momento em que os corpos começam a flutuar. Eu desejo....
As digitais reconhecem a geografia do corpo que não me pertence, fino, macio e viajam em busca do desejado. A rigidez toma conta do corpo no momento em que o contato se estabelece, o meu alvo ferve, eu estou delirando.
A inocência se perde mediante tamanho desfrute e o superego dorme profundamente. O chão se enche de movimentos tal como um mar em fúria e as mãos não encontrando um cais seguro, encravam suas unhas no corpo molhado pelas ondas de excitação.
O roçar dos sujeitos simples os torna composto e já não conseguem abster-se do hífen que os une. O ambiente agora cego pelo negro adquire um ar de hormônio vívido. Movimentos suaves e famintos quebram a harmonia e o teto agora se encontra no chão.
Num número de tempo impar, o vulcão prepara-se para expelir a lava alva protéica, nunca amei tão apaixonada antes... E quando eis que ocorrido, a mente entra num súbito estado de morte temporária que logo se dispersa fazendo-nos ressuscitar e cair com um forte solavanco na realidade... Meu bem está comigo, possuo inteiramente...
E isso é o começo apenas. A vida agora se torna bela e simplória como antes do fato que acaba de se consumar. Só o que me resta é aprofundar-me na escuridão dos seus cabelos e dos sonhos e desejar não acordar tão breve...

O voo

N os conhecíamos há anos, mas a sinapse do desejo nasceu naquele encontro incidental num voo de volta para o Rio. Era fato que eu não ditava...