terça-feira, 20 de fevereiro de 2007

Terça-feira de Carnaval

...O corpo frágil implora não ser tocado, mas as gélidas gotas de orvalho que umedecem a noite escura o tocam tão delicadamente que ela agora já aceita a comunhão com o prazer.
O ambiente aquecido penetra em sua caverna tão ofegante que provoca em sua matéria um estado de permeabilidade passiva.
As lentes embaçadas impedem minha visão e o êxtase bloqueia o tímpano. A gravidade se torna menos tensa no momento em que os corpos começam a flutuar. Eu desejo....
As digitais reconhecem a geografia do corpo que não me pertence, fino, macio e viajam em busca do desejado. A rigidez toma conta do corpo no momento em que o contato se estabelece, o meu alvo ferve, eu estou delirando.
A inocência se perde mediante tamanho desfrute e o superego dorme profundamente. O chão se enche de movimentos tal como um mar em fúria e as mãos não encontrando um cais seguro, encravam suas unhas no corpo molhado pelas ondas de excitação.
O roçar dos sujeitos simples os torna composto e já não conseguem abster-se do hífen que os une. O ambiente agora cego pelo negro adquire um ar de hormônio vívido. Movimentos suaves e famintos quebram a harmonia e o teto agora se encontra no chão.
Num número de tempo impar, o vulcão prepara-se para expelir a lava alva protéica, nunca amei tão apaixonada antes... E quando eis que ocorrido, a mente entra num súbito estado de morte temporária que logo se dispersa fazendo-nos ressuscitar e cair com um forte solavanco na realidade... Meu bem está comigo, possuo inteiramente...
E isso é o começo apenas. A vida agora se torna bela e simplória como antes do fato que acaba de se consumar. Só o que me resta é aprofundar-me na escuridão dos seus cabelos e dos sonhos e desejar não acordar tão breve...

Um comentário:

Anônimo disse...

Hi
I liked your blogg :)
See'u
Bye

O voo

N os conhecíamos há anos, mas a sinapse do desejo nasceu naquele encontro incidental num voo de volta para o Rio. Era fato que eu não ditava...