quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

Não entendo



É da Clarice Lispector. Li enquanto guardava uma pequena pilha de livros na biblioteca.


Isso é tão vasto que ultrapassa qualquer entender. Entender é sempre limitado. Mas não entender pode não ter fronteiras. Sinto que sou muito mais completa quando não entendo. Não entender, do modo como falo, é um dom. Não entender, mas não como um simples de espírito. O bom é ser inteligente e não entender. É uma benção estranha, como ter loucura sem ser doida. É um desinteresse manso, é uma doçura de burrice. Só que de vez em quando vem a inquietação: quero entender um pouco. Não demais: mas pelo menos entender que não entendo.
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Dear...

Um comentário:

Anônimo disse...

Ela é ótima mesmo.
Beijo, fräu.

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