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sexta-feira, 18 de julho de 2008

Era uma vez II

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Não seria a primeira vez que calaria mais uma vontade, que se acostumaria com mais uma perda. Foram tantos soluços engolidos ao longo dos 20 anos que ela quase estava se acostumando a fechar os olhos e deixar tudo passar; era mais fácil assim.

Com a mudança da estação o ritmo do seu coração acalmou. A caligrafia em seu diário também. Numa noite de chuva fina e vento cortante ela entrou por baixo de suas cobertas e releu todo seu diário. Leu as suas frases duras, viu as manifestações de sentimento para cada namorado e percebeu o quanto todas aquelas cenas e lágrimas foram desnecessárias. Que cenas terríveis, meu pai. Largou o diário e ficou a pensar.

...

....

.....

Homens. Não poderia entende-los jamais, no entanto sabia bem o que fazer para tê-los, isso era fácil. Mas e ela? Será que alguém poderia entende-la? Quê diabos, às vezes mesmo sem querer, ela fazia pra afastar todos que gostavam dela? E agora era como se ela estivesse lendo o Mundo de Sofia e se fizesse a mesma pergunta: "quem sou eu?"



[pausa para mais uma avalanche de pensamentos]


Claro que ela sabia definir-se. Rá! Mas estava sendo sincera mesmo, pra valer? Será que não construiu seu mundo com a areia da praia?


(continua depois que eu voltar de viagem ^^)

quinta-feira, 17 de julho de 2008

Era uma vez

Era uma vez uma linda menina feita de pedaços de céu azul. Sua pele como um leite, seu sorriso contagiante como uma manhã de primavera. Era inteligente, esperta, sagaz e delicada.

Ela não gostava muito de falar sobre a sua vida. Mas tinha um diário escondido dentro de uma falsa capa de Bíblia. Para esse diário-amigo ela contava toda sua vida, sua rotina.
Ela tinha muitos meninos aos seus pés, e meninas também. Ela sabia muito bem do poder que exercia sobre cada pobre alma que cruzasse seu caminho. Todos condenados hahahaha

Pois bem, ela tinha um namorado. Brigou, bateu, fez correr. Depois um segundo namorado. O tempo passa, ela se cansa dele e olha o vizinho do lado. Cara bonito, sorriso largo e a paixão acontece, mas ela não o pode ter por inteiro porque ele é um fraco e ela não quer correr mais riscos, então se conforma...


(continua amanhã porque estou a dormir sobre o teclado)

domingo, 6 de julho de 2008

Do olhar

Dentre os milhões de sinais que o corpo feminino transmite, nada é mais perigoso que o olhar.
E é por isso que, às vezes, olhar para o lado pode ser algo extremamente mortal! Ainda mais quando a dona do olhar tem a malícia do demo no corpo e você já está perdida mesmo.
Ai ai...

quarta-feira, 11 de junho de 2008

Humpf

Pergunta: sabe o que acontece quando você fica de 4 por uma pessoa e ela fica ciente do fato?

Resposta: ela te esnoba.

E pensar que a storm dentro de você começou quando reparou que ela era completamente diferente de todas as suas outras...

terça-feira, 3 de junho de 2008

A engolir o choro

Ela pegou na minha mão, disse a mais doce de todas as palavras e se foi. Enquanto tentava sincronizar os passos, onde os pés pareciam pertencer cada um a um ser diferente, olhava para trás tentando me ver pela última vez. Foi aí que eu sorri com vontade de chorar, devolvi o beijo de longe e me mantive fingindo rir para que ela pudesse seguir relativamente feliz.

sexta-feira, 21 de março de 2008

Sexta

"[...] uma das coisas que aprendi é que se deve viver apesar de. Apesar de, se deve comer. Apesar de, se deve amar. Apesar de, se deve morrer. Inclusive muitas vezes é o próprio apesar de que nos empurra para a frente. Foi o apesar de que me deu uma angústia que insatisfeita foi a criadora de minha própria vida. Foi apesar de que parei na rua e fiquei olhando para você enquanto você esperava um táxi. E desde logo desejando você, esse teu corpo que nem sequer é bonito, mas é o corpo que eu quero. Mas quero inteira, com a alma também. Por isso, não faz mal que você não venha, esperarei quanto tempo for preciso."


É da Clarice Lispector.

domingo, 9 de março de 2008

Musiquinha

O que você quer saber?
O que você sabe?
Não é fácil pra mim
Meu fogo também me arde
Às vezes me vejo tão triste
Onde você vai?
Não é tão simples assim
Porque às vezes meu coração não responde
Só se esconde e dói
Por favor não vá ainda
Espera anoitecer
A noite é linda
Me espera adormecer
Não vá ainda
Me diga como você pode
Viver indo embora
Sem se despedaçar?
Por favor me diga agora
Ou será
Que você nem quer perceber?
Talvez você
Seja feliz sem saber.


Zélia Duncan

terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

Stupid girl

Ontem calei minha voz, meus olhos, minha pele, calei toda as cores e vibrações que explodiam em mim em troca de um pequeno aceno de cordialidade.

Sinto-me ridícula.

Mil vezes levar um soco do que sentir essa vergonha.

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2008

A little bit crazy

A melodia dos demônios foi mais alta. Não resisti. Fui lá e escrevi.

Ah sim, meu lugar na danação do fogo eterno já está reservado.
Se bem que já estou ardendo por aqui mesmo... (ouvindo Beethoven, é claro)
---
Uma coisinha só:
Escrevo desde que era bem pequena, uma menina. Minha vida sempre foi partilhada por descrições, diálogos, palavras, enredos - mas, coisa curiosa, nada foi jamais para o papel. Sempre escrevi apenas para mim, em pensamento. Longas histórias delineadas, cuidadosas palavras escolhidas, frases garimpadas com zelo, que a mim e só a mim se destinavam. Sem que o impulso chegasse jamais às mãos, sem a interferência de canetas, lápis, máquinas. Livros éteros, feitos de sonhos que voavam livres, sem as amarras dos grafismos que os prendesem à terra firme do papel. Palavras, frases, histórias que eu podia escrever e reescrever a vontade, sem apagar ou rasgar, que só eu guardava, que só a mim pertenciam, que eram fruto e testemunha de minha solidão [...] Foi você a causa da grande transformação. Você, o belo desconhecido de olhos azuis que tomou toda minha vida e um dia, sem aviso, desapareceu. Você, sua chegada e sua ausência foram os artícifes da mudança.
SEIXAS, Heloisa. Pente de vênus: histórias do amor assombrado. Porto Alegre, Sulina, 1995.

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2008

Drive You Home / Garbage

It's funny how
Even now
You still support me after all the things that I've done
You're so good to me
Waiting patiently
And isn't it sad that you still have to ask if I care

I never said I was perfect
But I can take you away
Walk on shells tonight
Can't do right tonight
And you can't say a word cause I leap down your throat
So uptight am I


I never said I was perfect
But I can drive you home

I got down on myself
Working too hard
Driving myself to death
Trying to beat up the faults in my head
What a mess I've made
Sure we all make mistakes
But they see me so large
That they think I'm immune to the pain

Walk on shells tonight
Can't do right tonight
And you can't say a word cause I leap down your throat
So uptight am I
I'm praying for a miracle
But I won't hold my breath

I never said I was perfect
But can you take me home

Quando não há nada para dizer: Garbage.

Chama vermelha dos olhos azuis

Parte da noite de terça.

Campainha tocou. Levantei do sofá e fui atender. A encomenda: qualquer sabor de pizza sem azeitona. Bebida? Ah sim, vinho branco, daqueles baratos, comprados no posto.
- Pediu sem azeitonas, não é? Ela perguntou já erguendo a sobrancelha esquerda.
- Claaaro, dear.
Coloquei tudo por cima de mesinha de centro da sala e voltei a recostar-me no sofá. Ela continuava sentada do outro lado, sorvendo o vinho em pequenas doses, pensando sabe lá o que. Eu temia falar ou até mesmo respirar alto para não interromper sua cadeia de pensamentos com alguma observação idiota. A todo momento eu temia perder as migalhas de atenção que ganhava pouco a pouco. Não tinha interesse, just talk...
Seu olhar estava concentrado na estante de cd's atrás de mim. Vários títulos, canções do passado. Ninguém compra cd's hoje, e às vezes, bem rapidamente, penso que estou ficando velha por ainda os manter intáctos na estante. No entanto, gosto de olhar para eles, e dedico-me a limpeza sistemática de cada um, meus pequenos companheiros das horas mortas.
Bem, depois de cinco garrafas secas ela foi embora. Falamos sobre tudo aquela noite, mas sabe quando o "muito" é o mesmo que "nada"? Então... fomos incapazes de pronunciar algo de verdadeiro, de conversar sobre o que a gente sentia; de falar sobre as dores e as pequenas alegrias. Resultado da noite: um grande silêncio. [by the way, a Torá diz que o silêncio alimenta a evolução interior. Será?]
Antes de trancar a porta fiquei olhando ela chamar o elevador. Os cabelos negros caidos
pelo rosto escondiam qualquer sinal. O elevador chegou ao andar e ela abriu a porta. Entrou. Parou. Voltou-se de frente. Antes de fechar a porta queimou-me com a chama vermelha do olhar azul e eu soube então que não a veria nunca mais.

O voo

N os conhecíamos há anos, mas a sinapse do desejo nasceu naquele encontro incidental num voo de volta para o Rio. Era fato que eu não ditava...