continuação>>
Não seria a primeira vez que calaria mais uma vontade, que se acostumaria com mais uma perda. Foram tantos soluços engolidos ao longo dos 20 anos que ela quase estava se acostumando a fechar os olhos e deixar tudo passar; era mais fácil assim.
Com a mudança da estação o ritmo do seu coração acalmou. A caligrafia em seu diário também. Numa noite de chuva fina e vento cortante ela entrou por baixo de suas cobertas e releu todo seu diário. Leu as suas frases duras, viu as manifestações de sentimento para cada namorado e percebeu o quanto todas aquelas cenas e lágrimas foram desnecessárias. Que cenas terríveis, meu pai. Largou o diário e ficou a pensar.
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Homens. Não poderia entende-los jamais, no entanto sabia bem o que fazer para tê-los, isso era fácil. Mas e ela? Será que alguém poderia entende-la? Quê diabos, às vezes mesmo sem querer, ela fazia pra afastar todos que gostavam dela? E agora era como se ela estivesse lendo o Mundo de Sofia e se fizesse a mesma pergunta: "quem sou eu?"
[pausa para mais uma avalanche de pensamentos]
Claro que ela sabia definir-se. Rá! Mas estava sendo sincera mesmo, pra valer? Será que não construiu seu mundo com a areia da praia?
(continua depois que eu voltar de viagem ^^)
Um comentário:
Esperta ela: não levava o diário na mochila.
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