domingo, 26 de agosto de 2012

Reclamo tanto dela, mas no fundo no fundo minha mãe é uma ótima e grande amiga. Sei que sempre posso contar com ela, apesar dos nossos barracos e crises...

Por isso vou colocar uma das 'nossas' músicas, favorita dela também. Malibu, do Hole. 


segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Botão gay

Ainda pouco estava conversando com um aluno aqui no setor de biologia sobre bibliofilia e como ele estava tão cabisbaixo perguntei o que tinha acontecido, mesmo não tendo muito intimidade com ele. O coitado foi pressionado pelo pais ou a largar o namorado ou a sair de casa. Putz, o que falar numa situação como essa? Eu não tinha o que dizer, então fiz a única coisa que achei que fosse confortá-lo: dei um abraço. Ele, rapaz bem mais alto que eu me engoliu no abraço e ficou um bom tempo tantando conter suas lágrimas. Fiquei com um nó na garganta enquanto ele chorava e quis chorar também. Mesmo após todos esses anos ainda não sou capaz de entender porque os pais fazem isso com seus filhos. Eu não passei por esse tipo de situação, mas passaria caso não tivesse coragem para sair de casa e carão para encarar a vida.

É bizarro ouvir esse tipo de situação e não saber o que dizer, como ajudar. Sou até capaz de entender a "pressão social" que sentem os pais desse rapaz, o medo, a vergonha, a "culpa", mas nada justifica ameaçar o próprio filho. Impor esse tipo de escolha é como se nós, gays, tivessemos um botão sexual de liga-desliga e que nossa vida fosse pautada somente sob a condição sexual. Ora, a sexualidade é um componente em nossa vida, assim como os órgãos vitais, o caráter, as atitudes, e não é somente o que nos define. E ainda que fosse isso, qual o problema? Por que os outros se importam tanto como que acontece na vida sexual dos outros? E não vou dizer entre quatro paredes porque acredito fielmente que também tenho direito de fazer carinho e andar de mãos dadas com o meu amor, independente de quem seja, pois independente de tudo é amor, é carinho, são bons sentimentos, ainda que seja só um mero ficante.

Segundo este rapaz, a mãe dele citou as escrituras, religião, Deus e a punição e isso me fez lembrar da minha mãe, pois ela falou tudo isso e mais além. Disse que homem havia sido feito para a mulher e vice-versa e que assim eu destruiria a familía e tudo e tal. Mas veja, a família, sobretudo, é um núcleo de amor, de carinho, de bem-querer, de perdão e amizade; e deveria acolher aos seus, perdoar, ajudar e não discriminar e maltratar, neste caso. E aposto com você que esse ato de maltratar e pressionar nem é um sentimento próprio dos pais desse rapaz, tenho certeza que é medo dos de fora, os conhecimentos, amigos, do que podem falar por aí, algo do tipo "Ui fulana, você não sabe que Beltrano, filho Cicrano, é bicha, viado, gay blá-blá-blá-bla". As pessoas morrem de medo do que os OUTROS vão falar e não refletem de fato sobre qual é o seu medo próprio. Em outras palavras: o que muda na minha vida se meu filho gosta de rapazes? Qual a diferença? O que isso importa? É porque nada importa, é porque nada muda. Na maior parte das vezes o filho(a) sempre foi gay, então sempre foi do mesmo jeito, o que significa que ele nunca mudou, sempre foi assim. O fato é que a família gosta de se enganar, de achar que "ai não, isso nunca acontecerá com meu filho porque ele foi criado nos princípios tais, tais e tais".

Mas e agora, o que esse rapaz vai fazer da vida? Meu conselho seria não terminar o namoro, mas a gente não sabe como a barra pesa diferente para cada um. No meu caso, anos atrás, eu disse aos meus pais que eu sempre fora assim e não mudaria, mas que preferia não mentir para eles sobre com quem eu estava, onde estava, fazendo o que. Mentir é feito, é terrível, é fazer os outros de idiota, mas tem gente que gosta, como os pais desse carinha.

Depois de uns quase 10 minutos ele ficou mais calmo e secou as lágrimas. Eu não dei conselho nenhum, porque de nada adiantaria. Ele ficou parado equilibrando a mochila nos ombros. Um rapaz lindo, estudioso, simpático, com um futuro maravilhoso pela frente agora sofrendo numa terrível decisão. Eu ofereci um copo de água na biblioteca mas negou e disse que precisava ir caminhar e pensar na vida. Eu disse para aparecer quando quisesse, afinal, bibliotecas são ótimos consultórios para terapia rs. Com outro abraço ele se foi e eu voltei para a biblioteca, ainda com nó na garganta e vontade de chorar por ele. Mas fazer o que, se a vida nem sempre é fácil; sofrer nem sempre é uma opção...

Quando eu tinha uns 13 anos, mesmo já sabendo muito bem a fruta que eu gostava, pedi para conversar com minha prima Renata sobre algumas dúvidas. Como ela era super ocupada marcamos um dia e conversamos no quarto dela. E de supetão fui contanto tudo, mas a minha intenção era tão somente poder desabafar com alguém, não precisar mentir para todos sabe, e como ela minha prima e amiga achei que poderia confiar nela... Desnecessário dizer que implorei para que ela não contasse à ninguém. Ela me ouviu com paciência, disse que esse tipo de sentimento era normal na minha idade mas qua passaria. Logo de arrependi de ter contado. Fato é que um dia depois minha avó e tia começaram a encher o saco [eu morava com minha avó naquela época] e logo depois a minha mãe ficou sabendo e sofri tudo o que nunca imaginei na minha vida. Mas entende, eu confiava nela. E confiança com relação a um assunto tão sério deveria merecer o mínimo de respeito e integridade, deveria ser algo que transpasasse conceitos como religião, fofoca, descaso, ainda mais com um membro da família... Enfim, doeu muito naquela época e às vezes, quando ainda vejo acontecer esse tipo de insanidade, também dói, ainda mais com a família, que deveria ser o ponto de apoio para tudo. 

O que eu tiro desse acontecimento, se isso é possível, é a constatação de que a sociedade ainda é rude, grossa, ignorante; e que a facada maior vem sempre da família, isso independente de se família rica, pobre, com berço ou sem berço. E não adianta muita coisa, já que os que amamos vão ser sempre os que mais nos machucam. Espero que esse garoto saiba se cuidar e que fique bem.


segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Segunda

Meus caros, sou feliz em informar que a dieta continua. Mas a loucura por tomar uma Coca Cola bem gelada só aumenta. Penso que vou dar uma de gente adulta e tomar só uma latinha pequena, de forma a não deixar que essa fissura estrague todo o esforço da dieta. E hoje com esse dia lindo, calor de 24 graus em Curitiba é o dia perfeito para tomar uma coquinha e ser feliz. Mal posso esperar a hora do almoço para matar a vontade hehehe

*****

Por milagre, ou talvez porque Deus tenha ouvido meu chamado, meu pai ligou ontem. Ligou porque foi mandado a fazer isso. Ele está tão mudado, a voz diferente, o vacabulário, a frieza... Ele ligou por obrigação, e nossa conversa foi terrível, no entanto pude desejar feliz dia dos pais e dizer para ele que o amo. Talvez isso foi Deus me provando que Ele existe. Estou confusa e não sei o que pensar. Fato é que passei o resto da tarde e noite chorando. E isso é tudo o que eu tenho a dizer sobre o dia dos pais.

*****

E hoje, segunda-feira, vamo-que-vamo, pois a semana é cheia de compromissos e a Dilma já mandou cortar os salários (e isso porque eu não estou em greve).

*****

Música do dia: 



domingo, 12 de agosto de 2012

Minha mãe fala de fé, que se eu tiver fé vou ser forte para  não chorar pelo meu pai. Não sei o que ter fé de verdade num Deus em que eu sempre temi e desconfiei. E hoje, dia dos pais, ver as famílias unidas e as filhas com seus pais, não posso esconder minha dor, a saudade dele, a falta de um amor que era minha base. Eu queria tanto abraçá-lo, beijar, dizer que o amo tanto...

Tudo que eu amo está longe de mim. Dia de merda.

sexta-feira, 10 de agosto de 2012

Don't make me sad, don't make me cry
Sometimes love is not enough
And the road gets tough
I don't know why
Keep making me laugh
Let's go get high
The road is long, we carry on
Try to have fun in the meantime

Born to die ~ Lana Del Rey.


Porque às vezes, de fato, só o amor não é o bastante.

segunda-feira, 6 de agosto de 2012

Da série: queria ter escrito isto.

Fratura exposta, por Vitóaria de Melo Bispo.

Fim de férias

O novo álbum do Noel Gallagher, High Flying Birds, é uma delicinha de ouvir no trabalho porque dá uma sensação boa, quase como a chegada da primavera, um dia de céu azul. What a life reforça minha crença de tudo vai ficar bem.

*****

01 promessa para esta semana: não tomar Coca-Cola. Eu sei, você me diz, é o velho lá e cá novamente. Bom, como sempre, tentar não custa. Vamos ver no que vai dar, pois o primeiro dia vai bem e os seguintes um desespero só.

*****

Estão abertas as inscições para seleção no mestrado em Desgin da UFPR (edital aqui). Meu interesse é na linha de pesquisa sobre design para sistemas de informação e justo agora a cabeça não ajuda muito a pensar num projeto super. aff.

*****

Pedidos à santa nesta semana: Dai-me verbas monetárias para assistir ao show do Garbage e a deusa Shirley Manson em São Paulo (outubro, mês do niver ^^) e show da Madonna em dezembro. 

*****

Esse primeiro dia de trabalho pós-férias tá complicadinho. Falta-me agilidade para digitar e usar o mouse normalmente rsss estou escrevendo tão devagar quando uma mula e tão errado como nunca. O ipad me deixou mal acostumada rssss. 

E agora bora trabalhar porque a grana é curta e o mês é longo. xoxo

O voo

N os conhecíamos há anos, mas a sinapse do desejo nasceu naquele encontro incidental num voo de volta para o Rio. Era fato que eu não ditava...