quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Alice

Eu poderia dizer muito sobre a dor de perder alguém tão amada quanto minha amiga-irmã Alice, mas isso só me faria sentir mais ainda a sua falta.

Então, eu vou ficar com o silêncio e com todos os momentos (bons e ruins) que tivemos eu-e-ela, eu-ela-Dudu-Lucas-Zê. Não vou guardar os porta-retratos cheios do seu sorriso largo e sarcástico, das mãos sempre ocupadas um copo de cerveja. A camiseta dela, cheia do perfume dela, do nosso ex-time de futebol da faculdade, vai ficar aqui guardadinha, pra me fazer rir todas as vezes em que eu lembrar que gritava pra ela "Chuta, Aliceeee" e ela sentava o pé na bola e depois saia caminhando igual ao Romário.

Todos dizem que é pra eu deixa-la ir, mas me diz como eu posso fazer isso? Ela ainda está dentro de nós, dentro de tudo. Eu sempre fui egoísta com relação aos meus amigos, sempre os quis pra mim e não posso mudar isso agora. Porém, eu voltei a rezar, a falar com um Deus que eu não sei se me ouve... E eu peço à Ele que cuide da minha amiga, para que ela não sofra, que ela não sinta frio, para que ela esteja tão feliz quanto ao último final de semana que passamos todos juntos na casa dela. Foi o último final de semana, a última balada, o último fazer de planos para o final de semana seguinte...

Eu não tirei lição nenhuma dessa tragédia, mas entendi o que é o amor verdadeiro de uma amizade. Ela era amada por nós e nos amava. E a gente sabia disso o tempo todo e nunca tivemos vergonha de dize-lo, de senti-lo. E agora é a certeza desse amor que eu carrego comigo e que partilho com o Lucas e com o Dudu. Um amor que agora é para todo o sempre.

2 comentários:

Anônimo disse...

Amiga, muita saudade, hoje foi difícil, mas um dia que passou, mas a lembrança permanece. Eu tambpem tenho essa certeza de amor verdadeiro de uma amizade, eu sinto, eu vejo eu escuto.

http://www.youtube.com/watch?v=-Cgwwf_xBWg&feature=related

Bjs. Dudi.

ANALUKAMINSKI PINTURAS disse...

"-...E que a única herança que levamos desta matéria/dimensão é " NADA MAIS, ALÉM DO SENTIR. NADA ALÉM DO AMOR"... (LARA LUNNA, In "Renascer da Aurora").

O voo

N os conhecíamos há anos, mas a sinapse do desejo nasceu naquele encontro incidental num voo de volta para o Rio. Era fato que eu não ditava...