quarta-feira, 12 de abril de 2017

Sobre o tempo

Os anos passam, fico mais introspectiva e hesitante quando pensava que a esta altura já teria libertado certas amarras por dentro. A passagem do tempo traz aquela plácida sabedoria e conformidade dos mais pacientes e esfria o vulcão de incertezas tolas do passado não muito distante. 


O tempo como bom amigo permite, ainda que poucas, deliciosas horas de ócio e proporciona-me perceber uma infinidades de detalhes para os quais eu estava cega antes. Explico: hoje, eu "me vejo", exergo o que há em mim e meus limites, sei aquilo que quero e não quero, o que gosto e desgosto. Não que isso me livre dos perrengues da vida, mas ter trinta e poucos anos e me amar é libertador, mesmo estando bem acima do peso rs. O que vale é esse calorzinho bom no coração em querer e desejar o bem, a paz, a saúde, a liberdade. 


No meio desta calma, sempre tem algo que não muda, e claro que o vulcãozinho ainda acende com certas mulheres, porém hoje prefiro saborear um flerte sutil do que uma boa foda.


Saudações balzaquianas. 




terça-feira, 17 de novembro de 2015

Uma nuvenzinha de preocupação na cabeça e aquele aperto familiar no peito. Sensação angustiante validando as dúvidas, os remorsos e certos arrependimentos, confirmando aquilo já sabido de que é possível vislumbrar um pedacinho do futuro, porém nunca regressar ao passado. Mas ah, como é difícil acreditar naquela lanterninha piscando vermelho dentro da gente dizendo em alto e bom som dentro do cérebro "não vá, querida. Fique aí!". Parece sempre mais fácil abandonar a intuição (tão inteiramente correta) para satisfazer uma curiosidade desnecessária. A intuição é a gerência de todo o peso do passado a suplicar-nos por uma calma quase impossível de ser mantida. É como disse a Bishop "[...] Perdi duas cidades lindas / E um império que era meu, dois rios, e mais um continente. / Tenho saudade deles. Mas não é nada sério [...]

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015

Como é ruim ser apaixonada. O saldo, no fim das contas, é sempre negativo. E negativo significa ter o coração na mão o tempo todo.

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015

Interstellar

Interstellar (2014), direção de Christopher Nolan

Semana passada assisti ao filme Interstellar e não foi surpresa ter adorado, considerando que meu gosto por sci-fi é antigo. Porém, o que mais chamou minha atenção foram os diálogos, que embora tratassem de aspectos científicos na maior parte do tempo, o grande tema tratado era a crença no amor, uma crença que nos leva a ter esperança na vida. Reproduzo abaixo um diálogo entre a Dra. Brand e Cooper:

"O amor não é algo que inventamos. É perceptível, poderoso, precisa significar algo. [...] talvez signifique algo mais que ainda não podemos compreender. Talvez seja alguma evidência ou artefato de dimensão superior que não notamos conscientemente. Amor é a única coisa capaz de transcender as dimensões de tempo e espaço. Talvez devêssemos confiar nisso, ainda que não compreendamos." 

E eu acredito que sim, é verdade. Só o amor sendo tão poderoso é capaz de nos fazer amar até quem odiamos, os que estão longe, e continuar a sentir falta daqueles que já se foram dessa vida... Como não crer que o amor é sempre o caminho?

quinta-feira, 29 de janeiro de 2015

"Era pra você ser só mais um. Desses rolinhos de duas, três, quatro noites com vodka, sexo e risada. Sabe? Pra que mais? Pra que mais depois que a gente já quebrou o coração?"
          O texto completo aqui

segunda-feira, 12 de janeiro de 2015



Meu bem,

faz um dia que minha boca deixou a sua; faz um dia que minhas mãos estão inconformadas por não tatearem teu corpo na procura de nossa deliciosa saciedade. Um dia, meu bem. Um dia tal como aquele em que nos beijamos pela primeira vez e que você bagunçou meu cabelo e minha mente, deixando um rastro de semi-destruição na biblioteca vazia e no meu corpo. Sinto sua falta, ainda que seja só por um dia.

sexta-feira, 3 de janeiro de 2014

30 anos

"Nada ficou no lugar..."

é como se meus 30 tivessem me presenteado (rá!) com uma vontade louca de viver o agora, sem temer tanto. 30 anos e sou uma mulher diferente. Fico assolada pela dúvida que às vezes ronda meu espírito sobre não ter mais plena certeza se tudo-o-que-eu-queria-antes-é-o-que-ainda-quero-agora. Viver (o agora) a curto prazo parece ser uma prioridade irresistível se comparada a viver de expectativas semanais, mensais, anuais. A medida que os anos vão passando eu percebo pequenas rugas e minúsculas linhas onde havia então a pele de uma garota. Eu não sorrio mais como antes!

Esse amadurecer carrega nas minhas costas a dificuldade em continuar idealizando aquele futuro cultivado em 4 anos e, até o momento, tudo que eu tinha eram promessas para esse futuro que escapa de mim a cada domingo. E dessa forma vão-se as pessoas, os sonhos, e os interesses vão ficando aquarelados e custosos ao ponto de me fazem ponderar: ainda vale a pena?

Não que eu precise de conclusões apressadas em plena sexta-feira, mas aí vai: essa Karol de 30 anos não sabe o que fazer. 

O voo

N os conhecíamos há anos, mas a sinapse do desejo nasceu naquele encontro incidental num voo de volta para o Rio. Era fato que eu não ditava...