quinta-feira, 17 de março de 2011

My lover's gone

Meu pai sempre foi meu herói. Sempre o adorei, em todos os sentidos. Aquele jeito calmo, quieto, reservado, com uma elegância singela que sempre fazia meu coração inundar de amor. Ele me ensinou muitas coisas: montar a cavalo, andar de bicicleta, jogar vôlei, futebol, entender código Morse. Mostrou, com exemplos, que eu deveria ser honesta, justa e nunca perder a esperança. E mesmo com aquele jeitão calado, ele sempre foi meu companheiro, meu maior incentivador para todos os mil cursos/esportes e invenções estapafúrdias que eu começava e não terminava. Ele sempre foi meu tudo, minha alma gêmea. E agora, mesmo vivo, ele se foi. Partiu para ser outra pessoa completamente diferente daquela com a qual eu convivi por 25 anos. Hoje, eu não o reconheço mais.

Hoje nós discutimos por telefone. Meu papel agora não é mais o de filha, mas sim de negociadora dos conflitos entre ele, dinheiro, minha mãe e meu irmão. Eu estou muito triste. Dói muito saber que eu tenho que odiá-lo enquanto que o amo tanto.

2 comentários:

cris disse...

Poxa, Karol, que triste isso. Eu perdi meu pai faz um ano. Perdi de verdade, e ainda dói muito. Ele também era meu herói. Vou torcer pra você e seu velho se acertarem. Porque eu sou Pollyanna e acredito em finais felizes.

OFF: Nossa, tempão que eu não vinha aqui, mas você continua escrevendo de um jeito que eu adoro. Bjs, linda.

Karol disse...

Ai Cris, vc sempre fofa... Doi tanto não contar mais com o meu pai... tenho saudades de tudo nele...
Obrigada, viu flor.
=*

O voo

N os conhecíamos há anos, mas a sinapse do desejo nasceu naquele encontro incidental num voo de volta para o Rio. Era fato que eu não ditava...