domingo, 24 de janeiro de 2010

Extreme ways, extreme days

Tanta coisa para preparar e eu aqui vagando descabelada e cheia de tédio pelo apartamento. O silêncio do domingo me deixa de sobreaviso: essa é praticamente a sua última semana útil Karol, então largue esse pijama e aproveite! Aff.

Eu poderia arrumar os armários; poderia organizar toda aquela confusão de documentos para a viagem; poderia fazer sexo, poderia levar minha doce namorada para a cama agora e fazer amor com ela, poderia poderia poderia tanta coisa... mas nem vontade de ter vontade eu tenho.

Não temo a mudança de cidade ou tão pouco o novo trabalho. Essa parte logística não me apavora, pois tudo se resolve com dinheiro (dinheiro que não tenho agora, mas esse é o menor dos meus problemas). O que temo é voltar aos braços da Solidão, aquela amiga desprezível que me turvava a visão e prendia meus passos no chão.

Hoje eu caminho pelas nuvens, sigo adiante na estrada que escolhi e esmago com saltos meus oponentes. O espinho de alguns arbustos arranham a pele na sede do meu sangue amargo, mas isso não me desvia da rota, da seta, dos desgraus que me farão tocar o prêmio que criei. Não dizem por aí que a gente tem que ter uma ambição, um objetivo, então, eu tenho um. Mesmo acreditanto que só as pessoas medíocres vivem para essas malditas metas e objetivos. Ou você acredita realmente que viver é só conquistar objetivos? E as experiências que você vive, a textura doce de abraço amigo ou o gosto da uva madura de um vinho que te faz sentir flutuando? Ou então aquele livro que você teme prosseguir na leitura porque ele te faz sentir, pensar e desejar coisas novas e inesperadas? Sabe, eu penso que tem algo além do que esses objetivos que os idiotas dos administradores ficam repetindo na tv o dia todo. Mas bem, você sabe como às vezes é constrangedor receber um olhar assustado por ser, pensar e agir diferente da grande massa humana. Então, assim com cara de tola (mas só a cara), eu varro a culpa para baixo do tapete como aquele qualquer e apenas sigo o fluxo.
Eu sou a personificação da contradição. Ou seria a imagem perfeita da fraqueza?

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Ah, uma coisa: Nay, o cabelo pode ter mudado, mas essa carinha linda de mal humorada continua irresistível. E meu deus, como senti falta disso. Beijos, flor.

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Música do domingo: Extreme ways - Moby


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