quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Beijo de mulher


Um olhar da cor do oceano, demorado e desconcertante. Uma boca vermelha de lábios cheios, de brancos dentes perfeitos. Corpo esguio que se aproxima, dedos longos que afastam meus cabelos do colo, momento em que os lábios doces que tocam o ombro. Boca quente que se fecha sobre a carne e percorre sem pressa a distância até a base do pescoço. Beijos suaves e minúsculos, molhados na medida certa e que fazem arrepiar a pele, o colo, as costas, as coxas. Boca malandra que chega na nuca e espera, conferindo na pele o seu poder sobre mim. Boca macia que morde devagar, beija de leve, morde mais forte e descarrega no meu sangue todas aquelas sensações impossíveis de controlar. Ela percorre o outro lado do pescoço com a boca voraz e , sussurando em meu ouvido algo que não entendo e não me esforço por entender; de mim, agora, só sei que me perdi e assim ela se aproveita para abrir as portas do meu desejo insano que lateja e dói. Como se nada importasse ela continua sua tortura de beijos cada vez mais intensos até segurar meu rosto com as duas mãos e deixar que eu renasça na suavidade dos seus lábios, de sua língua, do seu perfume.


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O voo

N os conhecíamos há anos, mas a sinapse do desejo nasceu naquele encontro incidental num voo de volta para o Rio. Era fato que eu não ditava...