quinta-feira, 18 de setembro de 2008

Vida adulta

Eu lembro bem quando eu dizia pra minha mãe que queria fazer 18 anos pra ser independente. Se eu fechar os olhos posso vê-la em minha frente rindo da minha cara. Aff. Quem dera se eu pudesse colar as folhas do calendário, ano por ano e voltar pra minha infância.

A verdade é que a gente vai crescendo e não é preparada para toda a responsabilidade que chega com a maioridade. Por responsabilidade entenda trabalho+estudos+despesas [muitas despesas].

Eu acreditava que quando fosse independente eu poderia fazer o que quisesse, sem dar muitas explicações. Eu achava que era só trabalhar pra ter dinheiro e pronto, o resto todo se resolveria sozinho. Eu não tinha noção do trabalho pesado por trás. Pra mim era tudo muito fácil. Eu chegava em casa e a comida estava pronta e quentinha, minha roupa lavada, a casa limpa, um ambiente de paz. Eu não tinha noção de como fazer supermercado é uma coisa difícil e chata; de que a gente pode morrer intoxicada com os produtos de limpeza no dia da faxina semanal. Isso sem contar que eu trabalho feito uma condenada e o meu dinheirinho só sabe me dar adeeeeeeus.

Um dia a gente tem 5 anos e a coisa mais importante é a coleção da Barbie. Um suspiro mais demorado e já são 15 anos, daí vem o colégio, vestibular, espinhas, sonhos, namorados e namoradas, crises de adolescente, relacionamentos com mulheres mais maduras, todas aquelas leituras que abrem a cabeça, os filmes, as pessoas. Daí mais uma piscada e toda a carga dos 24 despenca sobre os ombros em forma de trabalho, faculdade, um casamento, um amor latente e vários detalhes que são menores porém não menos importante. Eu gostaria de sair mais, dançar mais, estudar mais, conhecer o mundo.

Nunca a minha mãe me disse como iria ser complicado crescer. Ela não me falou das noites que eu não dormiria pensando nas preocupações; ela nunca me disse que quando a gente cresce tudo só depende da gente e que na verdade estamos sozinhos pra tudo.

Um comentário:

Anônimo disse...

Agora a agua bate na bunda... é horrivel masi vamos vivendo!!!

O voo

N os conhecíamos há anos, mas a sinapse do desejo nasceu naquele encontro incidental num voo de volta para o Rio. Era fato que eu não ditava...