sábado, 29 de março de 2008

Briguinha

E então ela bateu a porta e desceu correndo os 15 lances de escada do seu prédio.

O que você fez? Impediu-a de ir embora? Nada. Com o passar dos anos a gente aprende que a melhor coisa é deixar a raiva explodir e dar um tempo pra pessoinha se acalmar. Daí no 3º dia você a procura para uma conversa mais racional. Insisto que seja somente no 3º dia, visto que no 1º ela provavelmente só vai lhe encher a cara de bolachas; no 2º dia ela vai estar somente magoada, a raiva já passou e ficou só aquela perguntinha básica 'Por que ela fez isso comigo?'; então, no 3º ela já está mais calma e te responde fazendo biquinho no telefone que sim, que aceita um encontro para conversarem.


Essas briguinhas acontecem porque você, a fria-miserável-cretina trocou olhares e um rápido beijo com uma amiguinha dela no toalete da faculdade. Coisa sem importância, sabe? Tudo muito rápido, inocente. Então ela fica sabendo por não sei quem, que estava a fazer não sei o que com mais não sei quem no banheiro aquela hora e vai até o seu apartamento às 01:43 da manhã lhe puxar do seu delicioso precioso sonho para lhe xingar e dizer que não quer nada mais com você. E daí você, descabelada e aturdida, com os olhos doloridos da claridade da luz que ela acendeu pensa: ' não quer mais nada o quê?'. Ela toda em brasas, bufando e você com aquela cara de idiota sem saber o que dizer. Passa um minuto e ela alí, parada na sua frente, passando e repassando a mão pelos cabelos, te fuzilando com aqueles dois olhos cor de chumbo.


E num piscar de olhos seus ela se foi. Ficou só o barulho da porta batida, a sua cara de espantada e aquele formigamento na barriga de quando você sabe que agora fudeu, já que a vida te ensina que tudo que se vai nunca volta a ser da mesma forma.



É a vida como ela é.

3 comentários:

Wise-Boy disse...

Sei.... sei... sei... cuidado... sem comentários rsss!!!

Nayana disse...

Mas que merda.

Anônimo disse...

Aposto que pensou que eu não iria descobrir o bloguinho. HAHAHA pra vc.

O voo

N os conhecíamos há anos, mas a sinapse do desejo nasceu naquele encontro incidental num voo de volta para o Rio. Era fato que eu não ditava...