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quarta-feira, 12 de abril de 2017

Sobre o tempo

Os anos passam, fico mais introspectiva e hesitante quando pensava que a esta altura já teria libertado certas amarras por dentro. A passagem do tempo traz aquela plácida sabedoria e conformidade dos mais pacientes e esfria o vulcão de incertezas tolas do passado não muito distante. 


O tempo como bom amigo permite, ainda que poucas, deliciosas horas de ócio e proporciona-me perceber uma infinidades de detalhes para os quais eu estava cega antes. Explico: hoje, eu "me vejo", exergo o que há em mim e meus limites, sei aquilo que quero e não quero, o que gosto e desgosto. Não que isso me livre dos perrengues da vida, mas ter trinta e poucos anos e me amar é libertador, mesmo estando bem acima do peso rs. O que vale é esse calorzinho bom no coração em querer e desejar o bem, a paz, a saúde, a liberdade. 


No meio desta calma, sempre tem algo que não muda, e claro que o vulcãozinho ainda acende com certas mulheres, porém hoje prefiro saborear um flerte sutil do que uma boa foda.


Saudações balzaquianas. 




domingo, 26 de agosto de 2012

Reclamo tanto dela, mas no fundo no fundo minha mãe é uma ótima e grande amiga. Sei que sempre posso contar com ela, apesar dos nossos barracos e crises...

Por isso vou colocar uma das 'nossas' músicas, favorita dela também. Malibu, do Hole. 


segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Segunda

Meus caros, sou feliz em informar que a dieta continua. Mas a loucura por tomar uma Coca Cola bem gelada só aumenta. Penso que vou dar uma de gente adulta e tomar só uma latinha pequena, de forma a não deixar que essa fissura estrague todo o esforço da dieta. E hoje com esse dia lindo, calor de 24 graus em Curitiba é o dia perfeito para tomar uma coquinha e ser feliz. Mal posso esperar a hora do almoço para matar a vontade hehehe

*****

Por milagre, ou talvez porque Deus tenha ouvido meu chamado, meu pai ligou ontem. Ligou porque foi mandado a fazer isso. Ele está tão mudado, a voz diferente, o vacabulário, a frieza... Ele ligou por obrigação, e nossa conversa foi terrível, no entanto pude desejar feliz dia dos pais e dizer para ele que o amo. Talvez isso foi Deus me provando que Ele existe. Estou confusa e não sei o que pensar. Fato é que passei o resto da tarde e noite chorando. E isso é tudo o que eu tenho a dizer sobre o dia dos pais.

*****

E hoje, segunda-feira, vamo-que-vamo, pois a semana é cheia de compromissos e a Dilma já mandou cortar os salários (e isso porque eu não estou em greve).

*****

Música do dia: 



domingo, 12 de agosto de 2012

Minha mãe fala de fé, que se eu tiver fé vou ser forte para  não chorar pelo meu pai. Não sei o que ter fé de verdade num Deus em que eu sempre temi e desconfiei. E hoje, dia dos pais, ver as famílias unidas e as filhas com seus pais, não posso esconder minha dor, a saudade dele, a falta de um amor que era minha base. Eu queria tanto abraçá-lo, beijar, dizer que o amo tanto...

Tudo que eu amo está longe de mim. Dia de merda.

terça-feira, 10 de julho de 2012

A interpretação dos sonhos

Afora meus sonhos e pesadelos de sempre, de uns tempos para cá estou sonhando seguidas vezes com o meu pai. Saudades da voz dele e de sua presença tranquila, segura e calma mesmo há 1400 km de distância. Essa noite sonhei que estávamos todos em uma praia com extensa faixa de areia branca. Ele estava lá, junto com a mãe, o irmão (Davi ainda pequeno)  e a Zê. Do nada chegou um senhor com cavalos e eu montei num árabe lindo, bem negro. Sai galopando pela praia feliz como nunca, sentindo o sol na pele, nos cabelos soltos e a sincronia do galope rápido. Tempos depois fiz o caminho de volta, correndo desta vez, com uma felicidade tão grande explodindo em mim; eu via todos me olhando e sorrindo da minha alegria com o passeio no cavalo. Eu sorria feliz de volta e tentava controlar as empinadas do cavalo e neste instante eu começei a voar, ainda segurando as rédeas. E foi o fim do sonho.

Eu amo cavalos, apaixonada desde sempre, acredito. Aprendi  a montar bem pirralha, mas não sei dizer quando; acho que devo ter aprendido com minha mãe, ou com minha avó Esmeralda. Bom, o fato é que não monto já tem um bom tempo e agora que estou em férias morro de vontade de ir para um haras e praticar um pouco. Só quem monta entende a sensação de liberdade infinita que é correr a cavalo; e é tão tranquilo e seguro que se fechar os olhos até pode pensar que está voando. 

E bem, meu pai quase não montava, na verdade ele era desongoçado, um verdadeiro vexame sobre um cavalo, porém sempre incentivou-me a montar, e a cada aniversário meu ele prometia que iria me dar um cavalo, o meu Cavalo de Fogo, claro rssss. 

Bem, as primaveras passaram e eu não tive meu cavalo, e perdi meu pai para uma vida paralela na qual eu não consigo resgatá-lo. Ouvir Lana Del Rey faz-me lembrar dele e de todos os finais de semana nos haras em Itaipava, Correias, Três Rios e Nogueiras. Ah Nogueiras, um distritozinho empoeirado em Petrópolis (RJ) que tinha o melhor haras da região. Eu galopava entre imensos eucalíptos e bambuzais, e mesmo agora posso trazer de volta aquele cheiro de eucalípto, poeira e musgos. Eu ficava algumas horas montando enquanto meus pais passeavam e o Davi ainda pequeno seguia carregado num ponei atrás de mim, gritando para andar devagar e esperá-lo... Tanta coisa boa da minha infância e adolescencia e eu acho que nunca agradeci à meus pais a vida maravilhosa que eu tive. 

Talvez esses sonhos contantes com ele e com o passado sejam prova do ditado em que dizem que quanto mais velho ficamos mais nos lembramos da infância. Bem, até pode ser, mas a verdade é que morro de saudades dele, do carinho e amizade sincera. E se em vida está difícil encontrá-lo para dizer isso, então peço somente para continuar a ter esses sonhos bons e felizes, pois a saudade é a prova de que o amor foi verdadeiro e valeu a pena.

quinta-feira, 5 de julho de 2012

Sou dessas que chora por saudade:
Do meu pai;
Da alice;
Da infância maravilhosa;
Dos amigos distantes;
Do x-burguer do Madero e até da minha mãe.

Sou dessas que está de férias e se preocupa com o trabalho, com a interação da equipe, com os impostos do ano que vem.

Sou dessas que anda devagar-quase-parando, mas que não desiste nunca e que acredita na mudança, no amor. 

Sou dessas que lembra de um amigo quando toca uma música que "é dele/dela".

Sou dessas que olha o céu, conta as estrelas e faz pedido à Lua. 

Sou uma idiota. 

Fim.

quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

http://despacha-te.blogspot.com/
 
Querida amiga,

Eu bebo cada dia mais. Uma cerveja logo na segunda, duas na terça e na quarta eu já ultrapassei a cota aceitável para alguém que não deveria beber nada. Não é que a vida esteja insuportável, pois é até um pecado eu dizer isso. Porém eu tenho em mim um vazio grande e ainda não encontrei nada que possa preencher. E a sua partida acentuou isso ainda mais. Já fez 1 ano que você partiu e durante esse tempo todo, em todos os dias eu esperei por um sinal seu. Como se fosse possível você se materealizar na minha frente para a gente conversar, para tomar uma cerveja e eu saber que a existência não acaba aqui nesta terra. Eu sinto a sua falta todos os dias, em todos os momentos. Hoje é quarta-feira e eu já estou terminando minha segunda bebida. E esta será a última pois meu pequeno estoque acabou. Acho que vou partir para o whisky agora. Você sabe como é: pequenas doses e grandes efeitos. Quando eu bebo parece que consigo pensar com mais clareza sobre tudo, e quando eu bebo tiro o sorriso de bom humor da cara e penso principalmente em você e no meu pai. Penso também no meu casamento que é talvez a única coisa real e bonita que eu tenho. Quando eu bebo sou capaz de dissecar as dúvidas e todas as saudades dentro de mim. Será que haverá alguma outra oportunidade para consertar tudo o que eu estraguei até aqui? Será Alice, que a gente se encontraria? Tenho a leve impressão que eu iria para o inferno, se ele realmente existir. 

A música desta tarde é Sad Song, [Oasis].

sábado, 31 de dezembro de 2011

Para 2012

Previsão astrológica para librianos em 2012, enviado pela Bells.
Conteúdo é do site da Folha.

A primeira metade de janeiro promete sociabilidade, amizades, viagens e alguma atenção ao organismo, um tanto abalado - os librianos nascidos no último decanato podem estar com seus limites mais frágeis, necessitados de mais descanso e moderação. Saturno nos últimos graus de Libra pede responsabilidade com a saúde em 2012 e isso vale para todos os librianos, embora os nascidos entre 15 e 23/10 estejam recebendo com mais ênfase essa vibração... (clique aqui para continuar lendo).
 
Não posso, não vou e não DEVO reclamar de 2011, pois conquistei muitas coisas, e dentre elas destaco algumas principais: terminamos a reforma do apartamento de Floripa, obtive mais liberdade e reconhecimento no meu trabalho, ganhei duas sobrinhas lindas e saudáveis,  minha mãe e meu irmão estão bem melhores com relação a separação dos meus pais, além de ter sido um ano de bons negócios para namô e para mim. Porém, talvez o principal tenha sido entender que as pessoas são sim egoístas e que ninguém vai fazer nadica- de-nada pra você. Então, se eu quero alguma coisa, é melhor já começar 2012 colocando as minhas prioridades na frente dos interesses alheios. Porque sim, todo mundo é prestativo até o ponto em que suas vontades são satisfeitas. Depois é só chute no seu rabinho lindo. E antes que você pergunte, não sou pessimista, pelo contrário, porém acho que entendi tarde demais como é frustrante remar contra a maré e os outros ficarem com o lucro.

E como não poderia deixar de faltar, vou destacar alguns itens principais da minha whishlist para 2012:

- comprar meu carro;
- voltar a trabalhar em Floripa (nada que seja menos legal $$$ do que tenho agora hehehe)
- terminar de colocar todos os móveis/acessários/decoração do apartamento de Floripa; e
- emagrecer, claaaaaaro.

Bem, quero que todos tenham dias felizes pela frente, e muita força para se levantar caso venha a cair. E beijos-beijos-beijos.

terça-feira, 16 de agosto de 2011

Fever



"You give me fever when you kiss me.
Fever when you hold me tight.
Fever in the morning.
Fever all through the night [...]"


A melhor coisa no pior momento.

segunda-feira, 25 de julho de 2011

Where is my friend when a need you most

Porra Alice, porque você tinha que morrer? Por que você tinha que ir embora assim, depois de um final de semana maravilhoso que nós quatro tivemos???

Por que você e meu pai se foram? Quem mais vai me ouvir e entender como você, amiga?

E quem vai rir da minha cara após todo esse desespero e logo depois me abraçar e me chamar pra beber uma cerva gelada...

Ai amiga, quanto falta você me faz. Quanta saudade você, a Zê e o meu pai me causam. Será que suporto? Será que tenho carão para empinar o nariz e seguir adiante?

Como sempre, eu tenho tanto para te falar. E tenho tanta coisa pra te fazer rir, pra xingar, pra fofocar. Eu queria que você e os meninos fossem a madrinha e padrinhos do meu casamento com Zê. Eu queria que a nossa amizade fosse para sempre.

Egoísta, eu sei, sempre fui. Com relação a vocês muito mais, meus melhores amigos. E o que fizemos para todos estarem longe uns dos outros? Foi amor demais, foi macumba dos invejosos?

Eu nem sei mais o que pensar.
Não consigo ser uma boa namorada para a Zê.
Não consigo ser uma boa amiga para o Luki e Dudi.
Acho que nem sei mais quem sou...

Mas Alice, eu daria tudo, tudo o que eu tenho para voltar o tempo e você estar aqui com a gente.
Assim como eu também daria tudo para ter o amor do meu pai de volta.

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Alice

Eu poderia dizer muito sobre a dor de perder alguém tão amada quanto minha amiga-irmã Alice, mas isso só me faria sentir mais ainda a sua falta.

Então, eu vou ficar com o silêncio e com todos os momentos (bons e ruins) que tivemos eu-e-ela, eu-ela-Dudu-Lucas-Zê. Não vou guardar os porta-retratos cheios do seu sorriso largo e sarcástico, das mãos sempre ocupadas um copo de cerveja. A camiseta dela, cheia do perfume dela, do nosso ex-time de futebol da faculdade, vai ficar aqui guardadinha, pra me fazer rir todas as vezes em que eu lembrar que gritava pra ela "Chuta, Aliceeee" e ela sentava o pé na bola e depois saia caminhando igual ao Romário.

Todos dizem que é pra eu deixa-la ir, mas me diz como eu posso fazer isso? Ela ainda está dentro de nós, dentro de tudo. Eu sempre fui egoísta com relação aos meus amigos, sempre os quis pra mim e não posso mudar isso agora. Porém, eu voltei a rezar, a falar com um Deus que eu não sei se me ouve... E eu peço à Ele que cuide da minha amiga, para que ela não sofra, que ela não sinta frio, para que ela esteja tão feliz quanto ao último final de semana que passamos todos juntos na casa dela. Foi o último final de semana, a última balada, o último fazer de planos para o final de semana seguinte...

Eu não tirei lição nenhuma dessa tragédia, mas entendi o que é o amor verdadeiro de uma amizade. Ela era amada por nós e nos amava. E a gente sabia disso o tempo todo e nunca tivemos vergonha de dize-lo, de senti-lo. E agora é a certeza desse amor que eu carrego comigo e que partilho com o Lucas e com o Dudu. Um amor que agora é para todo o sempre.

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

And it's too late, and it's too bad

Eu te disse 'pra sempre'. Você, no auge de toda a elegância que eu sempre invejei, terminou de tomar o chá e pousou com cuidado a xícara no parapeito da varanda. Suas mãos frias tocaram as minhas sempre geladas. Não falamos. O tempo todo a gente sabia que aquela despedida seria inevitável.


Cortando os detalhes menores e os piores, os anos passaram e do jeito que me propus eu te esqueci. Eu te esqueci e entreguei o resto da adolescencia para outras atividades que passavam ao largo de tudo o que lembrava você. Quando você se foi eu dividi meu tempo em uma planilha e preenchi com mil atividades, de modo que não sobrasse o mínimo tempo para você e sua arte. Entreguei-me aos estudos, aos livros, aos esportes, à outras mulheres, homens, pouquíssimas amizades.


Agora minha mãe liga só para dizer que você se foi, que morreu para sempre dessa vez. E o que eu faço? Não consigo chorar, mas o peito dói forte, da mesma forma como quando você entrou naquele taxi. Eu tinha 14 anos incompletos e nada para te dar. Você tinha 33, uma carreira no museu, uma casa pintada de azul e um jardim com hortênsias.O que eu mais gostava em você era o sorriso grande, branco, perfeito, a elegância em cada gesto, o porte majestoso. Você dizia que gostava dos meus olhos pretos e do meu rosto vermelho quando fazíamos amor. Ambas tínhamos as mãos geladas. Eu me encantei, permiti e foi você que teve meu corpo pela primeira vez, além dos meus pensamentos e enjoos de moleca apaixonada. De você eu tive o corpo doce e esguio, e uma breve iniciação sobre a história da arte. Mas eu acho que nada ficou de 'nosso'...



Eu prometi nunca te esquecer e passei anos sem pensar em você. E agora eu tenho tantas perguntas. Será que você teve outras meninas depois de mim? Será que procurou na carne delas o meu cheiro, o meu olhar? Por que se casou com um homem depois? Por que desistiu de mim? Por que deixou minha mãe te vencer?


Agora a morte te levou embora para sempre, meu bem. É estranho porque antes eu não pensava em você e agora parece que faltam vários órgãos vitais dentro de mim. É um buraco que a música mais alta não preenche e nem o abraço forte da minha namorada conforta. Se um dia alguém me perguntar como é perder alguém eu vou dizer que é silencioso.


Eu prometi nunca te esquecer e esqueci... A partir de agora eu não quero esquecer mais nada. Nao vou cometer os mesmos erros.


Peço que os anjos te levem em paz e para algum lugar onde não haja julgamentos quanto a cor ou ao sexo de quem se ama. Tudo é tão rápido que não vale a pena esquentar com ninharias, meu amor. Que você esteja feliz, que olhe sempre por mim. Eu não vou te esquecer.

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Diário da dieta

Bem, dessa vez, em definitivo, dei início ao meu programa de eliminação de gorduras extras. Vou combinar a dieta com remedinhos (que foram caros -$) e espero ter um resultado pelo menos no próximo mês.

Sabe, eu poderia dizer que quero emagrecer por causa da minha saúde e tals, mas seria em parte uma mentira. A verdade é que estar gordinha me encomoda. Não gosto de não entrar nas roupas que eu tenho. Engordei mais de 30 kg desde que cheguei em Floripa, e definitivamente isso não é nada bom. Não que estar gordinha não me permita ser perversa, cheia de malinidades, mas é que eu não consigo usar uma cinta-liga numa noite especial para o meu amorrr sem me sentir um tanto ridícula. Infelizmente eu não tenho o carão da Betty Ditto pra isso... Enfim, essas nêuras só entende quem está ou já esteve fora do peso.


2004


2005

2008



Viram como eu estou uma BALEIA??? Enfim, isso vai mudar...

domingo, 14 de junho de 2009

Keep the faith

Porque há momentos em que é preciso acreditar em alguma coisa para continuar sobrevivendo. Dizem que esssa 'alguma coisa' é a fé, e não importa que tipo de fé. Assim, não há problemas se você crê em Jesus, Maomé, Buda, orixás, musculação, chocolate ou vodka; essa 'coisa' em que você crê é o que vai te ajudar a secar as lágrimas, retocar a maquiagem e continuar a caminhar.


Essa fé para qual você recorre funciona como um contrato. Um contrato entre o seu corpo e a sua alma, cujo objetivo é a diminuição da sua dor. Diminuição porque certas dores não morrem nunca; o sentimento fica como cor aquarelada, bem fraquinho, mas ainda sim está lá, existe. Essa fé te ajuda sim, mesmo que seja a viver pela metade. Viver nem que seja um cadinho já é viver e representa a capacidade de continuar.


Eu aprendi a ter fé. Não numa religião sabe, mesmo porque não acredito em igrejas e sacramentos e tudo e tal. Mas tenho fé em mim, nos meus sonhos. A minha fé são meus estudos, minha futura carreira. E tenho fé também nas pessoas, em suas atitudes. Tem dias que um sorriso de uma pessoa que eu nem sou tão fã assim é o que salva.


Tá tudo uma meleca, mas é assim que eu vejo. Aff

terça-feira, 30 de dezembro de 2008

Sr. N.

Bem, era uma vez um casal que morava na roça, numa pequena cidade do interior de Santa Catarina na divisa com o Rio Grande do Sul. Eles tinham 3 filhos pequenos, moravam num casebre, desses feito de palha e madeira, sem espaço e muito menos conforto.

A vida era duríssima, havia fome e tristeza, mas ainda havia esperança e braços fortes dispostos para o trabalho pesado em plantações dos fazendeiros da região. O casal arrendava pedacinhos de terra para a plantação do próprio sustento e pagava com trabalho árduo, de segunda a segunda, com sol, com chuva, com frio, com geada, deixando os filhos sozinhos em casa, já que eram pequenos e não poderiam ir para a roça.

Eis que em mais um dia de trabalho, capinando um terreno perto de um capão, a mulher - que estava grávida de 7 meses - sentiu-se mal devido ao calor intenso e ao excesso de esforço e caiu desmaiada no chão. O marido correu apavorado em direção à mulher sem saber ao certo o que fazer. Ele foi até a margem de um riacho que passava ali perto buscar água e percebeu que não tinha nem copo ou vasilha para levar a água para sua mulher. Desnorteado com a esposa desmaiada ele arrancou algumas folhas de um arbusto e arrumou-as na mão em forma de concha enchendo de água do riacho. Correndo com cuidado ele levou as mãos no rosto da esposa, derramando a água suavemente em seu rosto e boca, de forma que ela acordasse.

Poucos minutos depois a mulher recobrou a consciência. Seu rosto estava muito vermelho, os olhos marejados, o corpo dolorido tremendo e as mãos sujas de terra segurando a barriga enorme. O marido segurou seu corpo e eles levantaram do chão. Ela se apoiou no ombro do marido e olhou a paisagem por toda sua volta.

Sem dúvida uma paisagem linda, com o céu tomado de um azul inacreditável, daqueles que se a gente forçar bem a vista pode ver os satélites e as estrelas mais brilhantes. Aquele céu, aquela terra, as plantações de fumo e de milho e a BR 101 bem longe a cortar a cidade em duas. Ela pensou na beleza daquilo tudo e pensou na criança em seu ventre que logo mais chegaria a este mundo onde a riqueza pertence a poucos e a fome e a agonia é da maioria. O marido com a cabeça baixa pegou as enxadas caidas no chão e amparou sua mulher no caminho para casa.

E assim os dias passaram, um igual ao outro, a criança na barriga dela nasceu e cresceu junto com seus irmãos. A vida de N. foi de muito trabalho trabalho trabalho casamento e 3 filhas. Uma família grande para sustentar e proteger e mais trabalho e trabalho e perseverança.

Muitos anos depois disso N. levou sua mãe, já bem idosa, para um passeio de fim de semana. Um sítio grande, com a entrada cercada de hortênsias com a cor daquele céu puro. A casa do sítio era grande, bonta e pintada de rosa. Ficava no alto de uma pequena colina, de onde era possível ver a paisagem agora desenvolvida daquele pedaço de mundo aonde seus pais trabalharam por tantos anos.

Após estacionar o carro ao lado da casa N. ajudou sua mãe a sair e a levou para a área de lazer do sítio, perto da piscina e ao lado do ipê grande e florido. De pé ao lado do filho, a mãe sorriu ao reconhecer aquela paisagem, o lugar onde passou metade de sua vida trabalhando de sol a sol.

N. explicou para sua mãe que ele havia comprado aquelas terras, incluindo o local em que ela havia desmaiado durante sua gravidez. A mãe abraçou o filho e disse que nunca poderia imaginar que aquilo tudo seria do seu filho, já que passara tantas dificuldades naquele lugar ao buscar justamente o sustento para eles. "Pois é mãe. Isso tudo agora também é seu."


- - -

Conheço N. há uns 4 anos e na semana passada, enquanto conversávamos, entre um drink e outro, ele me perguntou se era realmente merecedor de toda aquela felicidade alí. Felicidade de ter uma esposa que o amava, de filhas lindas, educadas, batalhadoras e honestas, e de poder reunir familiares e amigos num dia de verão tão lindo. Diante da minha cara com a surpresa da pergunta ele me levou até aquele ipê perto da piscina e me contou essa história com os olhos cor de terra muito brilhantes.

Pode até parecer coisa de novela das 8 da Globo, devido a minha falta de habilidade com a escrita, mas sabe, é real e pegou meu coração em cheio. Eu não sabia o que dizer, deu um nó na garganta e eu só conseguia olhar aquela paisagem e apertar seu braço com força. Conheço a trajetória de N. e sei do esforço, de sua luta na vida, de sua luta conta um câncer e sua honestidade. Diante daquela pergunta eu não consegui responder porque eu estava fazendo esforço para engolir o choro, mas agora eu posso dizer com todas as letras que sim. O senhor N. mecere tudo isso e sou muito grata e honrada por compartilhar de sua amizade, do carinho e amor de sua família.

N., o sr. é o meu exemplo.

segunda-feira, 21 de abril de 2008

As preces

E durante toda sua vida ela seguiu os rituais, cada Pessach, o Rosh Hashaná, cada dolorido Yom Kipur e ainda sim pagou o preço alto por quebrar o shabat. Será que pra ela vai adiantar colar as folhas do calendário e fazer todas as orações? É segunda ainda! Que o Anjo Bom e o Anjo Mal não digam 'amén'.

Sparrela dos infernos. Ela corre até o aparador, pega as velas, acende-as com cerimônia, larga o fósforo displicente e cobre o rosto para a benção.


Baruch Atá A-do-nai, E-lo-hê-nu Mêlech haolam, asher kideshánu bemitsvotav, vetsivánu lehadlic ner shel Shabat côdesh.

Baruch Atá A-do-nai, E-lo-hê-nu Mêlech haolam, asher kideshánu bemitsvotav, vetsivánu lehadlic ner shel Yom Tov. Lehadlic ner shel Shabat veshel Yom Tov.

Baruch Atá A-do-nai, E-lo-hê-nu Mêlech haolam, she- he-cheyánu vekiyemánu vehiguiánu lizman hazê.
Amén.

O voo

N os conhecíamos há anos, mas a sinapse do desejo nasceu naquele encontro incidental num voo de volta para o Rio. Era fato que eu não ditava...