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quinta-feira, 11 de março de 2010

The look of love

Quando eu desliguei a ligação, minhas mãos suavam e meu coração batia pesado, como se fosse uma bola em chamas quicando dentro do peito. Clara escolhia os horários mais equivocados para me provocar e, ainda assim, mesmo às seis e quarenta da manhã, eu não resistia e escondia-me no vestiário da biblioteca para sofrer submissa e desejosa a deliciosa tortura de seus beijos e carinhos imaginários através do telefone.


Nossa história começou há quatro meses atrás, quando um panaca largou meu caso nas mãos dessa linda e desconhecida advogada que, apesar da postura séria e imponente, não desgruvada seus olhos cor de terra da minha boca durante a audiência. Mesmo prevendo o perigo daquela aproximação, não consegui (ou não quis, para ser franca) dispensar seus serviços profissionais. E com toda a delicadeza de um terremoto ela despertou as minhas vontades mais proibidas.


Apesar inúmeras ligações durante esses meses, nossos encontros resumiam-se a um só: o mesmo dia em que fomos apresentadas e ela se propôs a cuidar do meu caso. Clara e eu moramos em estados diferentes e o projeto no qual estou trabalhando não me permite ficar longe sequer um dia, então todos os nossos assuntos profissionais são resolvidos por email e telefone.


Eis que numa noite, após um longo e estressante dia de trabalho, o telefone tocou enquanto eu estava na banheira concordando com a todas histórias nas músicas da Diana Krall nos intervalos regulares entre um taça e outra de vinho branco. O número no visor era de Clara e considerei não atender, devido a forte intimidade que se estabeleceu entre nós nas últimas semanas . Eu sabia bem onde ela queria chegar quando me ligava às duas da manhã com a voz rouca e quando eu pensava nela para acalmar meu corpo das carências do amor. Eu não queria me envolver novamente com uma pessoa, muito menos com uma mulher. Por isso recoloquei o telefone no chão e fechei os olhos, esperando que o aparelho parasse de tocar e toda aquela evocação de seu rosto, cabelos e corpo desaparecesse para sempre da minha cabeça.


"The look of love is in your eyes
A look your smile can´t disguise
The look of love is saying so much more than just words could ever say
And what my heart has heard, well it takes my breath away[...]"


Após alguns segundos, o telefone parou de tocar e sorvi o resto do vinho com a esperança de estar tonta o ste a todauficiente para cair na cama e não pensar naquela mulher que só vi uma vez mas que estava em toda parte. Como sempre estou tentando me enganar, o vinho fez efeito contrário do habitual e resfrecou a fantasia que eu tinha de Clara me mantendo presa à sua boca e a ao seu corpo...



- continua amanhã porque estou tonta de sono =) -

quarta-feira, 24 de junho de 2009

Top ten das leituras inesquecíveis

Resolvi imitar a Cris e fazer o top ten de meus contos inesquecívies. Dentre todos os outros que eu adoro os especiais são esses. Não necessariamente nesta ordem ;)

  • Esse Lopes - Guimarães Rosa
  • Os sobreviventes - Caio Fernando Abreu
  • I love my husband - Nélida Piñon
  • Um general na biblioteca - Italo Calvino
  • Assombração - Heloisa Seixas
  • A dama do lotação - Nelson Rodrigues
  • Cartografia - Cintia Moscovich
  • O alienista - Machado de Assis
  • Um braço de mulher - Rubem Braga
  • Solitário de amor - Peri Rossi


Então, o conto do Calvino eu conheci quando participava do Grupo de Leitura da FAED. Era bom aquilo, eu gostaria de voltar. Lá, fui apresentada a vários autores que não conhecia e até passei a gostar de Manuel Bandeira... rs
Mas agora me diga, quais são os contos seus favoritos?

O voo

N os conhecíamos há anos, mas a sinapse do desejo nasceu naquele encontro incidental num voo de volta para o Rio. Era fato que eu não ditava...